sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vira-cabeça do tomateiro



Agente causal
Tomato spotted wilt vírus (TSWV)

Doença descrita em 1915 na Austrália. Identificada como vírus em 1930.
Afeta as culturas do amendoim, alface, pimentão, jiló,abobrinha, pepino e cebola,

Sintomatologia
Clorose acentuada nas folhas jovens de cor bronzeada. Paralização no desenvolvimento da planta. Folhas distorcidas com lesões necróticas no limbo e pecíolo – anéis concêntricos.
Ponteiro todo necrosado, com freqüência, curva-se para um dos lados. Plantas jovens os sintomas são mais severos. Frutos maduros mostram-se vermelho-pálido, com áreas amareladas contornadas por mosqueado irregular ou, manchas distintas com anéis concêntricos

Manejo
Escolha de local apropriado.
Rotação com espécies não-suscetíveis, como milho e couve-flor.
Resistência genética*.
Eliminação de hospedeiros alternativos.
Plantio fora da época quente e úmida do ano – incidência maior do vetor.
Aplicação regular de inseticidas granulados e sistêmicos complementares.
Plantio de barreiras vivas com milho ou crotalária.
Uso de painéis refletores colocados antes do plantio – desorientar o tripes.
Uso de mudas livres de vírus.
*Plantas transgênicas resistentes ao vírus foram desenvolvidas em crisântemo, amendoim, fumo e tomate, mas não foram ainda liberadas para uso comercial, (Kurozawa & Pavan, 2005).

sábado, 11 de abril de 2009

Transdisciplinaridade no ensino da Fitopatologia.





Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos = doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que estuda
as doenças de plantas,abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.
Inicialmente a Fitopatologia era ligada à Botânica, passando depois a ser autônoma. A Fitopatologia necessita de conhecimentos básicos e técnicas de Botânica, Microbiologia, Micologia, Bacteriologia, Virologia, Nematologia, Anatomia Vegetal, Fisiologia Vegetal, Ecologia, Bioquímica, Genética, Biologia Molecular, Engenharia Genética, Horticultura, Solos, Química, Física, Meteorologia, Estatística e vários outros ramos da ciência.
Como se observa, a disciplina Fitopatologia requer do discente uma ampla gama de conhecimentos, os quais são de vital importância para as observações em laboratório e em campo principalmente. Isto posto, a visão holística e sistêmica ao mesmo tempo se faz necessária para um melhor aprendizado dos conceitos e sua aplicação prática.
Partindo do princípio que a formação acadêmica é disciplinar, a própria pesquisa também é disciplinar, e que o disciplinar se constitui em uma forma clássica produtora de cultura, como um método cotidiano de investigação, como se poderia trabalhar melhor o ensino dessa disciplina dentro de uma concepção holística e sistêmica?
Sabe-se que os cenários do conhecimento, principalmente nos dias de hoje se amparam na ampliação e diversificação dos espaços de produção do saber e do como fazer. A socialização do conhecimento passou a ser a regra diante de uma sociedade pautada no capital intelectual. Hoje o pesquisador sabe que a sociedade rejeita sob todos os aspectos o conhecimento enclausurado bem como a forma de trabalho que se baseia no individualismo fechada para si mesmo.
Por outro lado, sabe-se que existe uma necessidade continua de se realizar pesquisas científicas em áreas específicas de conhecimento dada a dinâmica cada vez maior no âmbito das inovações tecnológicas, principalmente no campo das doenças de plantas. O resultado de tudo isso se dá na forma de como a sociedade se comporta no tocante ao conhecimento. Exige-se um conhecimento que se abra para outras áreas, procurando integração e diálogo, que saiba distinguir bem o que é causa e o que é efeito.
A Disciplinaridade
Na vida, somos todos “transdisciplinares”, mas quando colocamos os pés nas salas de aula, somos disciplinares. A disciplinaridade se sobrepõe a transdisciplinaridade, a visão articulada do conhecimento. Um resultado indesejável disto, é a visão limitada que se têm dos fatos que ocorrem ao ponto de muitas vezes não se distinguir o que ocasiona uma doença de planta e como resultado, aplica-se medidas que só são efetivas para as conseqüências.
A disciplinaridade de um modo geral e em particular na Fitopatologia busca aprofundar e ampliar conhecimentos da área, bem como descobrir novos recursos tecnológicos que possam contribuir para a solução dos problemas que se apresentam no dia a dia. A disciplinaridade e aí quando se ensina se constata isso muito bem, possui limites bem estabelecidos pela área, os quais dificultam a conhecer melhor os “porque”, os “como”, os “onde”, etc.
Apesar de tudo isto, a disciplinaridade se constitui em um caminho normal para evolução da ciência e com a Fitopatologia não poderia ser diferente diante de um processo dinâmico cuja evolução se dava na medida em a própria ciência fitopatológica era definida: Gaümann (1946): “Doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas”. Agrios (1988): “Doença é o mau funcionamento de células e tecidos do hospedeiro que resulta da sua contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental e que conduz ao desenvolvimento de sintomas. Doença é uma condição envolvendo mudanças anormais na forma, fisiologia, integridade ou comportamento da planta. Tais
mudanças podem resultar em dano parcial ou morte da planta ou de suas partes”. O conceito de Agrios apesar de mais abrangente é menos utilizado pelos fitopatologistas do que o de Gaumann, embora aquele trabalhe o conceito do ponto de vista do holismo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Meleira do Mamoeiro*



Importância
→ A meleira do mamoeiro é considerada como o principal problema fitossanitário desta cultura no Brasil;
→ contribui para aumento da população de mosca-das-frutas;
→ Ocorre perdas de 30 a 100% na produção.

Etiologia
→O PMeV é restrito as células dos vasos laticíferos;
→ Genoma viral é constituído por uma molécula de RNA, de fita dupla;
→ Transmissão por semente ainda não foi comprovada


Sintomatologia
→Intensa exsudação de látex dos frutos infectados;
→ Látex apresenta um aspecto mais translúcido, aquoso e escorre com mais facilidade do que o látex das plantas sadias;
→ A exsudação nas extremidades das folhas mais novas deixando-as necróticas;
→ Ao passar do tempo o látex escorrido oxida-se adquirindo um aspecto borrado ou melado;
→ Os frutos infectados apresentam mancha clara e deformados e, em alguns casos, a polpa adquire um aspecto esponjoso e com sabor alterado (J.A.M. Rezende).


Manejo
→Inspeções semanais nos pomares;

→ Eliminação de pomares velhos, abandonados e de plantas com sintomas de vírus;
→ Mudas provenientes de sementes de plantas sadias;
→ Instalação de viveiros e pomares novos o mais distante possível de outros pomares.
→ Desinfestação das ferramentas agrícolas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BEDENDO, I.P. Vírus. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.132-160.
KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1995. v. 2, p. 435 – 443.
Doenças do mamoeiro. Disponível em: www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/herbariovirtual. Acesso em 16.03.2009.
Proteção de plantas na agricultura sustentável . Disponível em: http://www.pgfitopat.ufrpe.br/. Acesso em: 03.03.2009
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*contribuição da aluna da disciplina Fitopatologia II Maria Andreia R. de Moura