sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Fitomoléstias e qualidade de frutas e hortaliças





A Fitopatologia, estuda as fitomoléstias, em sua causa, caracterização, evolução e controle.

Injúria: sintomas visíveis e/ou mensuráveis ocasionados por um agente biótico ou abiótico.

Dano: redução qualitativa ou quantitativa da produção, que pode ou não causar perdas.

Perdas: efeitos negativos no rendimento econômico da cultura devido ao dano causado pelo patógeno.

Com base nos conceitos acima expostos e com o fato de que o consumidor compra frutas e hortaliças com os olhos, ou seja, busca a qualidade total, é de grande importância o cuidado na prevenção de doenças de pós-colheita tendo em vista os danos e perdas por elas provocados.

É fato comum, em feiras livres e alguns supermercados, encontrarmos frutos de mamão exibindo sintomas de mancha anelar, antracnose e de meleira. Frutos que apresentam sintomas nessas condições não deveriam ficar pelo menos em gôndolas de supermercado.


Mosaico-do-mamoeiro (Mancha Anelar);
Agente causal Papaya ringspot virus; PRSV-P
É um potyvirus, partículas flexível genoma composto – RNA;
Uma das doenças mais danosas à cultura;


Danos e Sintomas
redução no vigor das plantas e queda na produção,
redução na vida econômica do pomar,
depreciação dos frutos para o comércio
impossibilidade de plantios novos em áreas afastadas.


Clorose nas plantas afetadas.
Folhas apresentam mosaico, deformações e bolhosidade;
As plantas também apresentam manchas alongadas de coloração verde-escura ou de aparência oleosa na parte nova da haste e nos pecíolos das folhas;
Frutos verdes podem apresentar-se com manchas anelares e oleosas, que se tornam menos evidente a medida que os mesmos amadurecem;


Práticas de manejo

Realização de medidas preventivas para retardar ou reduzir sua disseminação;
Erradicação sistêmica de plantas apresentando sintomas do mosaico;
Manter o pomar limpo (evitar cucurbitáceas na área);
Melhoramento genético para tolerância e pré-imunização.
O uso de barreira física natural, como cana-de-açucar, também reduz a incidência da doença (Santos et al.);
Existem mamoeiros geneticamente modificados resistentes ao vírus.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AGRICULTURA E AGRONOMIA





Mudas livres de microrganismos
Tecnologia cubana para otimizar cultivo de frutos prestes a chegar ao Brasil

O Brasil está prestes a adotar uma tecnologia para otimizar a produção de mudas livres de fungos, bactérias, vírus e micoplasmas. Trata-se das biofábricas, instalações onde as mudas são cultivadas em um gel ou líquido nutritivo, contido em frascos de vidro ou biorreatores, sem contato com a terra e sob a luz solar. A tecnologia foi desenvolvida em Cuba e, em meados de 2002, será utilizada por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), coordenados por Sílvio Lopes Teixeira.


Biofábricas são instalações onde as mudas são cultivadas sob a luz solar (imagens: José Carlos Mendonça)



As biofábricas usam o princípio da embriogênese somática em biorreatores, técnica que consiste em dar origem a um novo indivíduo a partir de um tecido retirado da planta -- do ramo, da bainha foliar ou de outra parte, em função da espécie. O tecido fica mergulhado em um gel ou líquido contendo os nutrientes necessários para seu desenvolvimento, como nitrogênio, potássio, fósforo, zinco, cobalto, manganês, magnésio, enxofre, vitaminas (na maioria do grupo B) e hormônios responsáveis pela divisão celular do tecido e pela transformação de suas células em embriões. "É a versão vegetal do bebê de proveta animal", compara Teixeira.

De acordo com o pesquisador, muitas doenças que atingem as plantações já vêm da muda contaminada. Como a cultura é iniciada em frascos esterilizados e com o tecido livre de doenças, todas as mudas formadas ficam 100% livres de microrganismos e doenças. A biofábrica da Uenf terá capacidade para a produção de 4 milhões de mudas por ano, com possibilidade de duplicar esse número no futuro (no cultivo tradicional, são obtidas 6 mudas no mesmo período ou até em mais tempo).

Uma das inovações da biofábrica é utilizar a luz solar que, além de ser mais barata, deixa as mudas mais resistentes ao transplante para o meio externo. A luz artificial, adotada em outras instalações, deixa a planta com baixa resistência e as raízes 'preguiçosas', acostumadas a receber todos os nutrientes diretamente do meio nutritivo.



As mudas são cultivadas imersas em um gel com nutrientes, sem contato com a terra


Cuba já desenvolveu técnicas de embriogênese somática para produzir mudas de goiaba, banana, abacaxi, cana-de-açúcar e maracujá, que serão utilizadas no Brasil. Os pesquisadores brasileiros estudam a melhor maneira para adaptar a biofábrica de forma a aproveitar por mais tempo a luz solar (em Cuba, mais próxima do Equador que o estado do Rio de Janeiro, os dias são mais longos durante o ano). Segundo Teixeira, também estão sendo estudadas técnicas para produzir mudas de fruteiras de grande importância econômica para o estado, como coco-da-Bahia e pinha.
"Desde 93, quando Darcy Ribeiro fundou a Uenf, tínhamos esse projeto", conta Teixeira. "Porém, só foi possível concretizá-lo agora, com o apoio do governo do estado." A produção da biofábrica da Uenf irá para agricultores que fazem parte do programa Frutificar, do governo do estado, que visa a desenvolver a fruticultura no norte e noroeste fluminense.

Andrea Guedes
Ciência Hoje on-line
10/08/01

matéria disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1385 acesso em 17.08.2009 (sugestão Nere)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

DOENÇA DE PLANTA: UMA VISÃO SISTÊMICA



Muito se comenta de que a teoria na prática é outra. A coisa não é dessa maneira. É muito comum o imediatismo de técnicos e engenheiros agrônomos no sentido de identificar uma doença de planta e consequentemente recomendar medidas de manejo para o devido controle da doença.
Seria mais fácil caracterizar um fitomoléstia, a emitir sobre tal, uma identificação precipitada. A propósito, a caracterização de uma fitomoléstia, envolve a participação de alguns elementos, tais como: a planta hospedeira, o agente patogênico (não necessariamente, um ser vivo), um processo dinâmico com danos à planta hospedeira, ação importante do ambiente sobre hospedeiro e patógeno e influências mútuas entre patógeno e hospedeiro.
Outro ponto de grande importância diz respeito à etiologia – estudo da causa das doenças – Interpretar corretamente os sinais e sintomas de uma dada fitomoléstia, traduz-se em um ponto importante para conduzir à causa desta dita doença.
O ambiente influi de modo decisivo e complementar na ocorrência de um determinado surto epifitótico. A participação do ambiente se dá através de três fatores determinantes: condições favoráveis, condições propiciatórias e condições predisponentes. No primeiro caso, temos o favorecimento de forma isolada do patógeno, provendo sua sobrevivência ou fixação na área, mesmo não se encontrando associado ao hospedeiro. Já no segundo, a doença já se encontra em desenvolvimento. Neste caso, trata-se dos fatores ambientais adequados ao melhor desenvolvimento da interação patógeno-hospedeiro. Já no caso de fatores predisponentes, estes ocorrem de tal modo a influenciar tão somente o hospedeiro de sorte a torná-lo mais sujeito à doença, isso antes do estabelecimento da relação direta planta-patógeno.
O ambiente, afeta o grau de interação patógeno-hospedeiro, de sorte a acelerar, estabilizar, reduzir ou suprimir o curso da doença e isso explica as diferenças de intensidade que marcam os surtos de uma fitomoléstia em uma região.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Laboratório de Microbiologia - Normas de Segurança





Trabalho em laboratório de pesquisa:
a) exposição a compostos químicos;
b) a microrganismos desconhecidos ou conhecidos, em cultura pura,
c) manuseio de equipamentos e aparelhos.



Todo cuidado ainda é pouco ao se trabalhar num laboratório de Microbiologia;

a) Riscos;
b) O laboratório, local de aulas e de pesquisas, demanda, antes de tudo, comportamento e padrão de atitudes compatíveis com a ética profissional e o decoro universitário.
c) Cuidados no zelo e respeito pelo patrimônio do povo que, em última análise, nos proporciona suporte financeiro em termos de salários, bolsas, equipamentos e reagentes quer noque tange a segurança do usuário.



Recomendações gerais sobre normas de segurança



1) Toda amostra biológica deve ser considerada potencialmente contaminada;
2) Não se deve colocar na bancada de trabalho do laboratório: bolsas, material escolar, livros, etc; 3) É preciso retirar todos os acessórios pessoais (brincos, anéis, relógios, pulseiras, etc);
4) Deve-se desinfetar a bancada de trabalho ao início e ao término de cada aula prática;



5) É necessário lavar as mãos após desinfetar a bancada;
6)Toda manipulação de amostra deve ser realizada com uso de proteção individual;
7) Alimentos e bebidas não devem ser ingeridos dentro do laboratório, inclusive chicletes e balas;
8) Em qualquer tipo de acidente (derramamento de cultura, ferimentos, etc), deve-se comunicar imediatamente o fato ao professor ou ao técnico. O material deve ser coberto com desinfetante por 15 minutos, e deve-se lavar as mãos com água e sabão.


OBSERVE:
Todo material contaminado (pipeta, bastão, lâmina, lamínula, etc) deve ser colocado em recipientes adequados (provetas ou cubas com desinfetante), NUNCA deve ser deixado sobre a bancada ou sobre a pia;



Os tubos de cultura devem ser colocados nas estantes ou nos suportes adequados. NUNCA devem ser postos no bolso do avental ou deitados sobre a bancada;


Os tubos de ensaio e as placas de Petri devem ser manipulados adequadamente. NUNCA se deve colocar o tampão de algodão sobre a bancada;
É preciso tomar muito cuidado ao acender o bico de Bunsen, observando se não existe produto inflamável (álcool, éter, acetona, etc,) nas proximidades da chama.



As alças de repicagem devem ser aquecidas ao rubro antes e depois de serem usadas. Antes de tocar o material de cultura, deve-se esperar que a alça esfrie próximo à chama;
Ao final da aula, deve-se limpar a bancada; desligar e cobrir os microscópios; fechar o bico de Bunsen e a válvula de segurança; descartar as luvas e lavar as mãos antes de deixar o laboratório.
CENTRÍFUGAS E DESINTEGRADORES



Lembre-se que esses aparelhos operam a velocidades altíssimas. O desprendimento de um lâmina ou de um rotor pode ocasionar acidentes fatais.
Siga com absoluta fidelidade as instruções


AUTOCLAVES



Permaneça ao lado das autoclaves durante todo tempo em que ela estiverem ligadas.
Em hipótese alguma afaste-se do recinto antes de terminar a esterilização.

Operando uma autoclave trabalha a 121º e 15 atmosferas de pressão, o risco de uma explosão e acidentes fatais existe e não pode ser
menosprezado.





sexta-feira, 7 de agosto de 2009


CONTROLE CULTURAL DE FITOMOLÉSTIAS

Sabemos que as doenças de plantas ocorrem através de uma interação entre patógeno, ambiente e hospedeiro em um processo dinâmico com conseqüentes alterações morfológicas e fisiológicas para a planta.
No processo de controle de determinadas fitomoléstias, o imediatismo de alguns técnicos e produtores rurais é dirigido ao simples ato de aplicação de um defensivo agrícola, ou agrotóxico como queiram chamar.
É de fundamental importância nesse contexto, a visão holística concernente ao planejamento do plantio e aí, o controle cultural – manipulação das condições de pré-plantio e durante o desenvolvimento do hospedeiro em detrimento ao patógeno, com o objetivo de prevenir ou interceptar a ocorrência da fitomoléstia por outros meios que não sejam aplicação de pesticidas e resistência genética – é altamente recomendado, pois visa a prevenção da doença e também suprimir a presença do patógeno.
Constituem práticas do controle cultural:
Uso de mudas sadias;
Rotação cultural;
Eliminação de restolhos culturais;
Eliminação de plantas vivas doentes (roguing);
Boa adubação orgânica;
Sistema de irrigação bem dimensionado;
Espaçamento adequando;
Escolha da época de plantio;
Adubação química racional;
Utilização de barreiras vivas contra viroses;

Logicamente, a utilização destas e outras práticas de forma isolada, por si só não são eficientes para o correto manejo e prevenção de fitomoléstias, mas também não devem ser esquecidas pelo valor agregado que possuem no tocante a prevenção de doenças.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Microbiologia




MICROBIOLOGIA -Estuda seres microscópios, geralmente muito pequenos para serem observados em microscópio ótico ou eletrônico. A palavra microbiologia é originada de palavras gregas – mikros “pequeno”; bios “vida”; logos “ciência”.
Os micróbios, constituem um grupo extremamente variado de seres vivos que não podem ser vistos a olho nu como, bactérias, fungos, vírus, fitoplasmas, protozoários e muitas algas. Os microrganismos são de extrema importância para a vida no planeta, assim como têm um grande impacto sobre as atividades humanas. Em geral os associamos somente às doenças que eles causam nas plantas e nos animais, incluindo os homens, porém, não diminuindo a sua importância, os microrganismos patogênicos são uma minoria.
Além de seu importante papel como componentes da microbiota residente de animais e plantas, em nosso dia a dia convivemos com os mais diversos produtos microbiológicos “naturais” tais como: vinho, cerveja, queijo, picles, vinagre, antibióticos, pães, etc. Paralelamente, não pode ser deixada de lado a importância dos processos biotecnológicos, envolvendo engenharia genética, que permitem a “criação” de novos microrganismos, com as mais diversas capacidades metabólicas.
Os microrganismos são importantes também no papel nos processos geoquímicos (ciclo do carbono e do nitrogênio), sendo também importantes nos processos de decomposição de substratos e sua reciclagem. Dentre os compostos utilizados como substrato temos, alguns de grande importância atualmente: DDT, outros pesticidas, cânfora, etc.
À introdução de genes bacterianos em outros organismos (ditos transgênicos), tais como plantas. Assim, está em franco desenvolvimento a obtenção de plantas transgênicas resistentes a pesticidas ou ao ataque de insetos.
Postulados de Koch
Em 1880, Kock desenvolveu técnicas laboratoriais e organizou os critérios necessários para provar que um microrganismo específico causava uma doença particular. Os postulados de Kock.
1. Um microrganismo específico pode sempre estar associado a uma doença.
2. O microrganismo pode ser isolado e cultivado em cultura pura, em condições laboratoriais.
3. A cultura pura do microrganismo produzirá a doença quando inoculada em animal susceptível.
4. É possível recuperar o microrganismo inoculado do animal infectado experimentalmente.