sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ferrugem
Cercospora

Carvão



INTRODUÇÃO
O feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão-macassar (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é uma leguminosa de origem tropical, muito bem adaptada às condições ecológicas do Brasil e especialmente às regiões Norte e Nordeste. Representa alimento básico para as populações de baixa renda do Nordeste brasileiro, apresenta ciclo curto, baixa exigência hídrica e rusticidade para se desenvolver em solos de baixa fertilidade e, por meio da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, tem a habilidade para fixar nitrogênio do ar. Na região do Cariri Cearense, o feijão-caupi é a leguminosa mais cultivada devido à sua importância alimentar e econômica. No entanto, o plantio na época chuvosa pode acarretar em grandes prejuízos, pois a temperatura e umidade relativa se tornam favoráveis ao desenvolvimento de diversos fitopatógenos. O objetivo do presente trabalho foi identificar e catalogar as principais doenças do feijão-caupi na região do Cariri cearense, no período de abril a junho de 2009.

METODOLOGIA
As amostras com sintomas foram coletadas nas áreas produtoras de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha no período de abril a junho de 2009, separadas em sacos plásticos conforme o tipo de sintomas, etiquetadas com data e local de coleta. Posteriormente o material coletado foi identificado em laboratório através da microscopia ótica e com base na sintomatologia.


Doença

Carvão
Entyloma vignae
Folíolos com manchas arredondadas, de coloração castanha escura; Lesões circundadas por um notável halo amarelo.
Cercosporiose
Cercospora canescens Ellis & Martin
Folíolos com manchas necróticas, secas, ligeiramente deprimidas de coloração avermelhada e contorno irregular.
Ferrugem
Uromyces appendiculatus (Pers)
Formação de pústulas em ambas as superfícies foliares. Tais pústulas são reveladas por meio de pequenas manchas necróticas, amareladas.

Sarna
Elsinoe phaseoli Jenk. (Sphaceloma sp.)
Folhas com pontuações amarelo-amarronzadas, tornando-se brancas ou marrons. Vagens encurvadas, atrofiadas,e muitas vezes secas.
Crestamento Bacteriano
Xanthomonas campestris pv. vignicola (Burkholder) Dye
Folhas com pontos encharcados na face abaxial, transformando-se em lesões com centro necrosado e halo alaranjado.
Mosaico-Dourado
Bean golden mosaic virus, BGMV
Folíolos com pontuações de coloração verde-amareladas, que evoluem para amarelo dourado.
Eliminar fontes de inoculo;

CONCLUSÃO
A análise da sintomatologia revelou que no período de abril a junho, ocorreu um aumento da quantidade de doenças no caupi por conta do período chuvoso da região. O carvão, a sarna e a ferrugem foram às doenças de maior ocorrência. Pôde-se observar que nesse período a produtividade da região foi afetada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEDENDO, I.P. Vírus. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.132-160.
Doenças do caupi. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoCaupi/index.htm%20.%20Acesso%20em:%2001/05/2009
Doenças do caupi. Disponível em:
http://www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/fitopatologia/.%20Acesso%20em:%2010/06/2009.
KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de fitopatologia. 4. ed. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1995. v. 2, p. 435 – 443.
NASCIMENTO, C.S.; JUNIOR, M.A.L.; STAMFORD, N.P.; FREIRE, M.B.G.S.; SOUSA,C.A. Nodulação e produção do caupi (Vigna unguiculata L. Walp) sob efeito de plantas de cobertura e inoculação. Rev. Bras. Ciênc. Solo vol.32 no.2 Viçosa Mar./Apr. 2008.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

INCIDÊNCIA DE NEMATÓIDE E DE CROSTA OU FALSA VERRUGOSE EM GOIABA NO MUNICÍPIO DE BARBALHA - CE











PROBLEMA 1.

NEMATÓIDE EM GOIABEIRA

Pelo que foi observado durante a visita, o problema de ataque de nematóide Meloidogyne mayaguensis é grave chegando ao ponto de inviabilizar o cultivo em função dos custos de produção. De qualquer modo, citaremos algumas medidas que podem ser adotadas para futuros plantios, tendo em vista a goiabeira ser uma excelente opção de cultivo do ponto de vista econômico.

Monocultivo - O monocultivo deve ser evitado. A monocultura facilita a proliferação e a disseminação de nematóides. Sistemas de cultivos integrados ou consorciados entre culturas diferentes diversificam e aumentam as populações de artrópodes não pragas e de microrganismos não patogênicos no rizoplano e filoplano.

Mudas - A qualidade genética ou fitossanitária da muda se reflete diretamente na qualidade e no sucesso do pomar. As mudas contaminadas podem disseminar nematóides, bactérias, fungos de solo, vírus e doenças foliares inviabilizando o pomar.


Matéria orgânica - Nossos solos são pobres em matéria orgânica. A utilização constante de defensivos e adubos químicos acidifica, saliniza, mineraliza e ‘esteriliza’ parcialmente o solo. Como conseqüência, há uma redução na população de microrganismos benéficos na rizosfera, como as bactérias de raízes e micorrizas, que podem precipitar e impedir a absorção pela planta, de elementos tóxicos como alumínio e outros. A matéria orgânica tem grande importância no restabelecimento do equilíbrio da planta, tornando-a mais tolerante ao ataque de pragas e doenças.

Rotação de culturas - A rotação de cultura é indicada e deve ser feita, empregando-se culturas não hospedeiras ou hospedeiras ruins de fitonematóides, de preferência, de importância econômica. Recomenda-se usar na rotação, plantas antagonistas como Crotalaria e mucuna, as quais atraem os nematóides, impedindo-os de se alimentarem. Existem plantas, como o Tagetes spp (cravo de defunto), que exsudam pelas raízes o _ tertienil, substância que é tóxica aos nematóides.

Consórcio - Consiste no plantio de plantas antagonistas e hospedeiras intermediárias em uma mesma área. O consórcio mais empregado no campo é o plantio de mucuna ou Crotalaria entre as linhas do milho. Isto concorre para a redução populacional de nematóides e proporciona receita ao produto com a venda do milho.

Alqueive ou pousio do solo - É a eliminação de toda a vegetação de uma área de plantio, através da aração e gradagens periódicas ou com a aplicação de herbicidas, pois os nematóides podem atacar ervas daninhas.

Revolvimento e irrigação do solo - O revolvimento do solo, através da aração e gradagem, diminui em mais de 54% a população de nematóides. Quando é seguida de irrigação num período quente, repouso por 2 semanas e nova gradagem, a redução populacional é ainda mais drástica.

Erradicação das plantas doentes - elimina as raízes galhadas por nematóides, correspondendo à eliminação de aproximadamente 80% da população dos nematóides de galhas (Meloidogyne spp). As raízes, após o arranquio, devem ser queimadas.

Ressecamento do solo - Em grandes áreas, o ressecamento pode ser feito com arações e gradagens. A queda de umidade do solo leva à morte, os nematóides.

Com as goiabeiras atacadas por Meloidogyne mayaguensis, a área infestada poderá ser plantada com milho, por dois plantios consecutivos, e no momento da cobertura ou da primeira capina do milho, plantar intercalado a mucuna. Na colheita do milho que deverá ser feita manualmente, a mucuna estará na floração. Após a colheita, toda a massa verde de mucuna e a palha do milho serão incorporadas ao solo. Três meses após o segundo plantio, poder-se-á preparar o terreno para o novo plantio da goiabeira.

Plantio de milho x crotalaria - O produtor poderá plantar milho para silagem consorciado com Crotalaria spp. e ensilar milho e Crotalaria, aumentando o teor de proteína da silagem. Neste caso, talvez seja melhor repetir esse plantio por mais um período de cultivo para se ter maior segurança da eliminação do fitonematóide.

Plantio de crotalaria - Pode também o produtor plantar apenas Crotalaria sp em toda a área. Neste caso, os custos dessa rotação não teriam cobertura financeira, como acontece no exemplo anterior com a venda do milho ou produção de silagem resultante do plantio consorciado.

Alqueive - deixar o terreno limpo sem ervas daninhas por 4 – 6 meses no período de inverno, fazendo-se mensalmente arações e gradagens para revolver o solo e expor os nematóides a temperaturas altas e ao ressecamento, seguido do plantio de uma cultura não hospedeira do nematóide-problema da área. Em qualquer processo de renovação do pomar, as árvores devem ser arrancadas com as raízes, amontoadas e queimadas, daí, então, deve-se decidir entre realizar na área, o alqueive ou rotação com cultura não suscetível ou ambos.
Adubação orgânica - A adubação deverá ser realizada com base nos resultados de análise de solo, tendo como sugestão a aplicação de 10 litros de esterco de curral ou 5 litros de esterco de galinha.



CROSTA DOS FRUTOS OU “FALSA VERRUGOSE
Agente causal desconhecido
Este foi o segundo problema detectado
Esta doença foi detectada juntamente com sintomas de ataque do percevejo Leptoglosus gonagra e chega a causar prejuízos elevados, reduzindo o valor comercial dos frutos que frequentemente se apresentam deformados e com muitas lesões. Os sintomas iniciais são manchas nos frutos jovens que posteriormente com uma reação da planta apresentam necrose dos tecidos superficiais, que ficam escuros e com consistência dura. As lesões posteriormente tornam-se proeminentes com aspecto corticoso (crostas), na epiderme dos frutos e com fissuras no centro ou nas margens, sendo facilmente destacadas com a unha.