Ciclo
das relações patógeno – hospedeiro
CICLO DAS DOENÇAS
A
ocorrência de uma fitomoléstia está intimamente ligada à presença de um
patógeno agressivo, um hospedeiro suscetível e um ambiente favorável.
Os
eventos sucessivos que culminam com a ocorrência de uma fitomoléstia e fazem
parte do desenvolvimento da mesma é conhecido como ciclo das relações patógeno
– hospedeiro.
Estudar
as relações patógeno – hospedeiro é a base para aplicação das medidas de manejo
em caráter preventivo e/ou curativo.
O termo “ciclo das relações patógeno - hospedeiro”
(ciclo da doença) não deve ser usado como sinônimo de “ciclo de vida do
patógeno”
Ciclo de vida do
Patógeno
Fase Ativa
•
Patogênese [associado à planta viva (parasitas obrigatórios) (pré-penetração,
penetração e colonização);
•
Saprogênese [atividade saprofítica sobre restos de cultura ou sobre a matéria orgânica
do solo. Não ocorre nos parasitas obrigados.
Fase Inativa
•
Poderão sobreviver na forma de estruturas
de resistência;
•
esclerócios, peritécios,
clamidósporos e esporos de resistência em alguns fungos, bem como na forma de
micélio dormente dentro de sementes e gemas;
•
Ocorre tanto nos parasitas obrigados
como nos facultativos.
Ciclo das Relações
Patógeno-Hospedeiro
•
A série de fases ou eventos
sucessivos que conduzem à ocorrência da doença e perpetuação do patógeno.
•
Ciclo primário (monociclo) - tem início a partir de estruturas de
sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no solo. (infecção
primária);
•
Ciclo secundário (policiclos) - É aquele que sucede o ciclo primário e se desenvolve a partir do
inóculo
nele
produzido (infecção secundária).
Sobrevivência
. Fonte de Inóculo
•
Inóculo: é qualquer propágulo ou estrutura
do patógeno capaz de causar infecção (esporos e micélio de fungos, células de
bactérias ou protozoários, partículas de vírus ou viróides, ovos ou larvas de
nematóides, etc;
•
Fonte de inóculo: é o local onde
o inóculo é produzido. Ex: plantas doentes, restos de cultura, solo infestado,
etc.
Métodos de
Sobrevivência
•
Plantas doentes [ferrugens,
oídios, míldios, viroses, fitoplasmas. Parasitas obrigatórios e
facultativos.
•
Atividades Saprofíticas [(parasitas facultativos);
> restos de cultura (mat. Org. [ murchas vasculares, manchas, podridões de raízes;
> Utilização de nutrientes da solução do solo [ bactérias
residentes permanentes da rizosfera;
> Estruturas de resistência [ período de
repouso,
fungos:
clamidósporos, rizomorfas, esclerócios, esporos (teliósporos, oosporos),
ascocarpos
nematóides: encistamento – Heterodera,
Globodera
dormência de ovos –Meloidogyne.
Disseminação do
Inóculo
•
É a transferência do patógeno da
fonte de inóculo para os locais mais diversos. Pode ser ativa e passiva.
Disseminação ativa (autodisseminação)
•
Realizada com os próprios recursos do
patógeno (Ex.: zoosporos de fungos, células de bactérias com flagelos e larvas
de nematóides.);
•
Restrita e limitada a uma área muito
pequena em torno da fonte de inóculo.
Disseminação
passiva (alodisseminação)
•
O inóculo do patógeno é transportado
com o auxílio de agentes de disseminação;
•
é muito mais importante que a ativa;
•
Responsável pela disseminação dos
agentes causais de doenças de plantas a curta e a longas distâncias;
•
Divide-se em disseminação passiva
direta e indireta;
•
Disseminação passiva direta: aquela
realizada conjuntamente com os órgãos de propagação dos hospedeiros;
•
Ex.: sementes infestadas ou
infectadas (podridão negra das cruciferas - Xanthomonas campestris pv. campestris;
podridão cinzenta do caule do feijoeiro - Macrophomina phaseolina);
•
borbulhas de citros (Exocorte -
causado por um viróide);
•
rizomas (nematóide cavernícola em
bananeira - Radopholus similis);
•
tubérculos (sarna da batatinha - Streptomyces
scabies;
•
murcha bacteriana da batatinha - Ralstonia
solanacearum);
•
mudas infectadas (gomose do abacaxi -
Fusarium subglutinans).
•
Disseminação passiva indireta:
realizada por diferentes agentes de disseminação;
•
Vento (Ex.: Ferrugem do colmo do
trigo - Puccinia graminis; oídio das cucurbitáceas - Erysiphe
cichoracearum);
•
Água (Ex.: crestamento gomoso das
cucurbitáceas - Dydimela bryoniae, disseminada através dos sulcos de irrigação);
•
Insetos (mosaico severo do caupi -
disseminado por Ceratoma arcuata);
•
Homem, animais, ferramentas (Ex.:
disseminação de Xanthomonas albilineans em cana-de-açúcar através de
facões de corte contaminados) e implementos agrícolas,;
•
Tratos culturais: poda,
enxertia, transporte de material, etc.
Inoculação
•
É a transferência do patógeno da
fonte de inóculo para o local de infecção, ou seja, a superfície do hospedeiro
suscetível.
Germinação
•
O inóculo deve sofrer uma série de
transformações que possibilitem a penetração do patógeno nos tecidos do
hospedeiro;
•
A germinação é verificada nos fungos
pela emissão do tubo germinativo;
•
Nas bactérias verifica-se a
multiplicação das células;
•
Nos nematóides verifica-se a eclosão
das larvas;
•
É uma das fases mais delicadas para a
sobrevivência do patógeno.
•
Fatores ambientais: temperatura,
umidade, luminosidade e pH.
•
Fatores genéticos: Os esporos de Colletotrichum
gloeosporioides são envolvidos numa massa gelatinosa, rica em biotina, a
qual impede a sua germinação, até o momento em que seja diluída pela água.
Penetração
•
Direta: através da superfície íntegra do
hospedeiro
•
Fungos, nematóides através de ação
mecânica ou enzimática;
•
Aberturas naturais: estômatos,
hidatódios, lenticelas
•
Bactérias, fungos e nematóides; através dos estômatos, (ferrugens, Alternaria
ricini em folhas de mamona), através
de hidatódios (X. campestris pv. campestris em folhas de couve),
lenticelas (Streptomyces scabies em tubérculos de batata), nectários (Ralstonia
solanacearum em inflorescências de bananeira
•
Ferimentos: causas diversas:
ventos, granizos, fricção, insetos, podas;
•
Fungos, bactérias e vírus. (Ex.:
penetração de Erwinia carotovora em frutos através de ferimentos;
penetração de Penicillium sclerotigenum em túberas de inhame através de
ferimentos de colheita e transporte; penetração de Fusarium oxysporum f.sp.
lycopersici em tomateiro através de ferimentos nas raízes).
Colonização
•
O patógeno passa a se desenvolver e
nutrir-se dentro do hospedeiro;
As
modalidades de colonização são as mais variadas possíveis, dependendo, em
especial, do patógeno envolvido
Formas de
colonização
•
Colonização seletiva: patógeno tem preferência por determinados órgãos
da planta;
•
Ex: Fusarium oxysporum e
outros patógenos causadores de doenças vasculares;
•
Colonização não seletiva: patógeno não
mostra preferência por órgãos da planta;
•
Ex: Rhizoctonia solani
•
Colonização ativa: patógeno
coloniza o hospedeiro invadindo os seus tecidos por crescimento ativo do seu
micélio. Ex.: Pythium;
•
Colonização passiva: as estruturas do patógeno são transportadas
de uma parte para outra da planta;
•
Ex.: viroses
•
Colonização localizada: restrita ao
ponto de penetração;
•
Ex.: manchas foliares, podridões
radiculares, de frutos e do colo
•
Colonização sistêmica ou generalizada: o patógeno se distribui por toda
a planta;
•
Ex.: murchas bacterianas, murchas causadas por
Fusarium spp. e viroses
•
•
A colonização e, portanto, o processo
doença, só se desenvolve quando os mecanismos de ação do patógeno se sobrepõem
aos mecanismos de defesa do hospedeiro;
•
AÇÃO DO PATÓGENO > AÇÃO DO
HOSPEDEIRO.
Reprodução
PROCESSO
DE REPRODUÇÃO
A formação de novos esporos infecciosos
durante e no final da colonização:
No interior hospedeiro - vírus, fungos e
bactérias;
No exterior hospedeiro - fungos e
bactérias;
Aumento do inóculo infeccioso: com o
objetivo de garantir número suficiente propágulos, permitir disseminação
eficiente
requer
condições ambientais específicas:
Tais como UR;
período de molhamento(maior que infecção);
temperatura;
luz;
estado nutricional hospedeiro:
biotróficos – esporulação associada a
condições favoráveis do
hospedeiro. Maior esporulação em
condições ideais fotossíntese;
necrotróficos – Ocorre a esporulação só
em lesões necróticas
(baixos teores açúcares)
Exercício em equipe com 4
estudantes
Escolha
duas doenças importantes de uma mesma cultura. Esquematize o seu ciclo e
preencha a ficha contendo os subprocessos do ciclo. Cada grupo irá apresentar
os dois ciclos, explicando os processos de sobrevivência, disseminação etc,
para cada doença (5 a 10 minutos).
Tomateiro
Pimentão
Maracujazeiro
Cajueiro
Mamoneira
Bananeira
Feijão
caupi
Mandioca
Milho
Exemplo:
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