· ASPECTOS SOBRE ECOLOGIA DOS VÍRUS
(parte II)
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A
dispersão dos vírus a longa distância pode ter no homem um excelente
disseminador através do movimento e comercialização de plantas, sementes, raízes,
túberas. Um exemplo disso é a transmissão por semente do Lettuce mosaic vírus e
do Tobacco mosaic vírus através do cigarro de palha.
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No
que diz respeito aos vetores aéreos, os afídeos apresentam grande importância,
podendo a dispersão se dá em até 100km. Os insetos que apresentam aparelho
bucal tipo sugador são os vetores mais comuns.
Esses insetos adquirem os vírus ao se alimentarem em plantas infectadas,
introduzindo os estiletes disseminando o vírus na picada de prova ou picada
de alimentação.
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Cigarrinhas
também possuem grande eficiência dada a sua facilidade de locomoção a grandes
distâncias veiculadas principalmente pela ação do vento.
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As
práticas culturais apresentam grande importância, pois caso sejam feitas sem
segurança no tocante a disseminação de vírus, tornam-se um problema para o
agricultor. Vejamos por exemplo o caso do
geminivírus do tomateiro na Serra da Ibiapaba: a população da mosca branca é
menor no período chuvoso, consequentemente a incidência de GV no tomateiro se
torna maior na época seca.
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A
rotação cultural é uma prática salutar e que deve ser adotada para o bem do
manejo de solo, água e planta dentro de uma visão mais holística. O tipo de
rotação cultural tem efeito marcante na incidência de viroses que podem
sobreviver em sementes ou em plantas voluntárias.
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A
utilização de barreiras vivas é uma prática salutar, pois o vírus sendo oriundo
de fora do plantio, o adensamento em forma compacta pode reduzir a infecção. A
utilização do milho como barreira viva na proteção de um plantio de tomateiro
oferece sempre bons resultados ao agricultor.
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O
cultivo protegido é uma solução para áreas onde a incidência de virose é um
problema, pois a proteção que é dada, principalmente contra afídeos e mosca
branca, por si só já se torna um impedimento para entrada do vírus. Outro
detalhe é que, visitas realizadas às estufas por pessoas estranhas a
propriedade devem se limitar até 8h da manhã, pois isto dificulta passagem de
pessoas por outra propriedade antes de visitar o cultivo protegido.
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Sementeiras
que não são protegidas constituem ameaça como fonte de vírus, daí porque hoje
em dia a preferência é por produção de mudas em cultivo protegido.
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Todo
cuidado deve ser dado a prática de enxertia no que diz respeito a infecção da
planta hospedeira por vírus, bem como na introdução de vírus em espécies que
nunca antes foram infectadas.
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A
monocultura na Fitopatologia de um modo geral não é muito recomendada e por
falta de uma diversidade de culturas a probabilidade de ocorrência de epidemias
causadas por vírus se torna bem maior.
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Com
relação aos fatores físicos chama a atenção o vento. A utilização de quebra-vento
pode afetar o local de incidência dos vetores de vírus bem como o complexo de
infecção viral. Na medida que os vetores são dispersados pelas correntes de
vento, com ele são disseminados os vírus.
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No
que diz respeito às chuvas, observamos que em determinadas situações a
ocorrência de chuvas contribui para diminuir população de insetos vetores como
por exemplo: o caso da mosca branca, cuja população diminui significativamente
com o aumento das chuvas.
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Sobre
o solo, temos que solos bem aerados podem contribuir para inativar o vírus
quando comparados a solos compactados.
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A
sobrevivência dos vírus em caráter sazonal pode ocorrer no mesmo hospedeiro ou
em sementes quando for o caso; O vírus do mosaico do fumo pode sobreviver no solo,
de modo idêntico as viroses transmitidas por esporos de fungos. As práticas
agrícolas quando conduzidas sem uma preocupação quanto a sobrevivência dos
vírus, contribui para manutenção do potencial de inóculo.
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