sábado, 11 de abril de 2009

Transdisciplinaridade no ensino da Fitopatologia.





Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos = doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que estuda
as doenças de plantas,abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.
Inicialmente a Fitopatologia era ligada à Botânica, passando depois a ser autônoma. A Fitopatologia necessita de conhecimentos básicos e técnicas de Botânica, Microbiologia, Micologia, Bacteriologia, Virologia, Nematologia, Anatomia Vegetal, Fisiologia Vegetal, Ecologia, Bioquímica, Genética, Biologia Molecular, Engenharia Genética, Horticultura, Solos, Química, Física, Meteorologia, Estatística e vários outros ramos da ciência.
Como se observa, a disciplina Fitopatologia requer do discente uma ampla gama de conhecimentos, os quais são de vital importância para as observações em laboratório e em campo principalmente. Isto posto, a visão holística e sistêmica ao mesmo tempo se faz necessária para um melhor aprendizado dos conceitos e sua aplicação prática.
Partindo do princípio que a formação acadêmica é disciplinar, a própria pesquisa também é disciplinar, e que o disciplinar se constitui em uma forma clássica produtora de cultura, como um método cotidiano de investigação, como se poderia trabalhar melhor o ensino dessa disciplina dentro de uma concepção holística e sistêmica?
Sabe-se que os cenários do conhecimento, principalmente nos dias de hoje se amparam na ampliação e diversificação dos espaços de produção do saber e do como fazer. A socialização do conhecimento passou a ser a regra diante de uma sociedade pautada no capital intelectual. Hoje o pesquisador sabe que a sociedade rejeita sob todos os aspectos o conhecimento enclausurado bem como a forma de trabalho que se baseia no individualismo fechada para si mesmo.
Por outro lado, sabe-se que existe uma necessidade continua de se realizar pesquisas científicas em áreas específicas de conhecimento dada a dinâmica cada vez maior no âmbito das inovações tecnológicas, principalmente no campo das doenças de plantas. O resultado de tudo isso se dá na forma de como a sociedade se comporta no tocante ao conhecimento. Exige-se um conhecimento que se abra para outras áreas, procurando integração e diálogo, que saiba distinguir bem o que é causa e o que é efeito.
A Disciplinaridade
Na vida, somos todos “transdisciplinares”, mas quando colocamos os pés nas salas de aula, somos disciplinares. A disciplinaridade se sobrepõe a transdisciplinaridade, a visão articulada do conhecimento. Um resultado indesejável disto, é a visão limitada que se têm dos fatos que ocorrem ao ponto de muitas vezes não se distinguir o que ocasiona uma doença de planta e como resultado, aplica-se medidas que só são efetivas para as conseqüências.
A disciplinaridade de um modo geral e em particular na Fitopatologia busca aprofundar e ampliar conhecimentos da área, bem como descobrir novos recursos tecnológicos que possam contribuir para a solução dos problemas que se apresentam no dia a dia. A disciplinaridade e aí quando se ensina se constata isso muito bem, possui limites bem estabelecidos pela área, os quais dificultam a conhecer melhor os “porque”, os “como”, os “onde”, etc.
Apesar de tudo isto, a disciplinaridade se constitui em um caminho normal para evolução da ciência e com a Fitopatologia não poderia ser diferente diante de um processo dinâmico cuja evolução se dava na medida em a própria ciência fitopatológica era definida: Gaümann (1946): “Doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas”. Agrios (1988): “Doença é o mau funcionamento de células e tecidos do hospedeiro que resulta da sua contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental e que conduz ao desenvolvimento de sintomas. Doença é uma condição envolvendo mudanças anormais na forma, fisiologia, integridade ou comportamento da planta. Tais
mudanças podem resultar em dano parcial ou morte da planta ou de suas partes”. O conceito de Agrios apesar de mais abrangente é menos utilizado pelos fitopatologistas do que o de Gaumann, embora aquele trabalhe o conceito do ponto de vista do holismo.

Um comentário:

  1. olha esse artigo é muito bom ... eu recomendo
    att: weverso lima do 5° semestre de agronomia

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