Microrganismos eliminam resíduos de agrotóxico Fungo degrada 50% dos restos de químico que combate praga de citros e tomates
Fungos e bactérias que podem diminuir em 50%ou mais o volume de resíduos de agrotóxicos usados para combater pragas em plantações de citros e tomate foram descobertos por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna (SP). Eles constataram que o metalaxil, usado para combater a praga de fungos do gênero Phytophthora, pode ser degradado por um outro gênero de fungos (o Trichoderma) e por bactérias do gênero Pseudomonas.
Fungos do gênero Trichoderma são comuns no solo, no esterco e em matéria orgânica vegetal em decomposição (imagem: reprodução / Universidade de Toronto)
Agrotóxicos podem ser um estorvo para produtores, consumidores e meio-ambiente: se adotados de forma irresponsável, aumentam a resistência das pragas que deveriam exterminar (como acontece com antibióticos em animais). Além disso, representam grande risco para a saúde, pois podem se infiltrar em lençóis freáticos e contaminar a água. Como se acumulam no organismo, atravessam a cadeia alimentar e chegam ao homem. Eles causam intoxicação e aumentam o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer.
O engenheiro agrônomo Itamar Soares de Melo, coordenador de pesquisas de biodegradação da Embrapa, conseguiu diminuir a presença de agrotóxicos nas plantações. Sua equipe isolou fungos do gênero Trichoderma, presentes naturalmente no solo, e descobriu que, em contato com o fungicida metalaxil, eles degradam em grande quantidade os resíduos do agrotóxico.
Os fungos foram inseridos em recipientes com 30 miligramas de metalaxil por grama de solo (quantidade três vezes superior à usada normalmente na plantação). Em 28 dias, a redução chegou a 50%, mas segundo Itamar, o número pode ser ainda maior: "O prazo de 28 dias é o padrão para a pesquisa, mas nada impede que, em contato por mais tempo, a degradação aumente", afirma. Resultados semelhantes foram observados para as bactérias do gênero Pseudomonas, capazes de degradar entre 30 e 60% dos resíduos do metalaxil.
Os bons resultados, porém, vão além da diminuição dos resíduos do fungicida. Os pesquisadores constataram também que, além de degradar o agrotóxico, os Trichoderma combatem a praga que infesta as plantações -- fungos do gênero Phytophthora, que causam a gomose em laranjais e a podridão seca em plantações de tomate. Segundo o pesquisador, os Trichoderma se alimentam da celulose, que forma 90% da parede celular dos Phytophthora.
Para Itamar Soares, a descoberta beneficia produtores e o meio-ambiente. O custo do cultivo diminui sensivelmente ao se optar pelo plantio sem agrotóxicos, e o uso de métodos naturais de controle de pragas aumenta a qualidade do solo. Segundo o pesquisador, estudos estão sendo desenvolvidos para avaliar o impacto ambiental da técnica. "Não há em tese qualquer dano, pois os microrganismos são naturais do ecossistema em que são introduzidos." Não há previsão de aplicação da técnica em grande escala nas lavouras do país. "Empresas que quiserem comercializar a tecnologia devem procurar a Embrapa, que a desenvolveu", explica Itamar.
Tiago LethbridgeCiência Hoje on-line11/06/01
Matéria extraída: http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1388
Fitopatologia (Phyton = planta, Pathos = doença e Logos = estudo) e indica a ciência que estuda as doenças das plantas.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
GRUPO DE TRABALHO DE FITOPATOLOGIA UMA FERRAMENTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM.
• Fitopatologia (phyton = planta, pathos = doença e logos = estudo), é a ciência que estuda as doenças de plantas, abrangendo desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle. Como se observa esta disciplina requer do discente uma ampla gama de conhecimentos, os quais são de vital importância para as observações em laboratório e em campo principalmente. Isto posto, a visão holística e sistêmica ao mesmo tempo se faz necessária para um melhor aprendizado dos conceitos e sua aplicação prática. Partindo do princípio que a formação acadêmica e a pesquisa são disciplinares, e que o disciplinar se constitui em uma forma clássica produtora de cultura, como um método cotidiano de investigação, como se poderia trabalhar melhor o ensino dessa disciplina? No ensino da Fitopatologia, faz-se necessário levar em conta à necessidade de se ter a visão do todo para a compreensão das relações entre patógeno – hospedeiro – ambiente, para a aplicação correta das medidas de controle de uma fitomoléstia. A percepção geral da sociedade atual, é a de que a educação oferecida na maioria das instituições educacionais está em defasagem com as necessidades e os desafios da atualidade, uma vez que os princípios e métodos sobre os quais está fundada estão em descompasso com a consciência que se faz necessária no mundo contemporâneo. A educação moderna está pautada em: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em conjunto e aprender a ser. Com base nessa realidade, sob a orientação do professor das disciplinas de Fitopatologia I e II, foi criado o Grupo de Trabalho de Fitopatologia, cujo objetivo maior é trabalhar a construção do conhecimento na área da Fitopatologia no aprender a conhecer e aprender a fazer, trabalhando o coletivo. São atividades do grupo a apresentação de seminários, mesa redonda, produção de vídeo sobre doenças de plantas, exibição de filmes, produção de blog, elaboração de glossário virtual de termos técnicos na área de Fitopatologia, coleta de materiais com sintomas de doenças de plantas e palestras. O grupo pode sugerir temas para os seminários, os quais podem ser apresentados pelos próprios discentes ou por professores convidados. Os temas podem ser ligados diretamente à Fitopatologia e/ou Microbiologia, ou ainda a disciplinas correlatas. A produção de um blog, tem por objetivo gerar ou reproduzir notícias sobre doenças de plantas a partir de jornais, tv, internet, blogs, etc. A elaboração do glossário virtual ilustrado de termos fitopatológicos contribui como uma ferramenta de aprendizagem dos assuntos abordados nas disciplinas de Fitopatologia.
•
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS
Doença de planta é um processo dinâmico no qual hospedeiro e patógeno em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas.
A classificação de doenças de plantas pode ser conforme a causa – parasitária e não parasitária - conforme o hospedeiro (doenças do feijoeiro, do tomateiro, etc) e conforme o aspecto fisiológico (processos vitais da planta).
De acordo com os processos fisiológicos vitais de uma planta temos:
I – Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento de tecidos embrionários.
II – Desenvolvimento de tecidos jovens às custas de nutrientes armazenados.
III – Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato.
IV – Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular.
V – Fotossíntese.
VI – Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese.
De acordo com os princípios vitais de McNew(1960), os principais grupos de doenças de plantas são:
1. Doenças que destroem os órgãos de armazenamento (podridões de órgãos de reserva).
2. Doenças que causam danos em plântulas (Damping –off).
3. Doenças que danificam as raízes (podridões radiculares).
4. Doenças que atacam o sistema vascular (Doenças vasculares). Murchas e cancros.
5. Doenças que interferem com a fotossíntese (doenças foliares) manchas, crestamentos, ferrugens, oídios e míldios.
6. Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias fotossintetizadas.
Grupo 1.
Podridões de órgãos de reservas (frutos, sementes, bulbos, tubérculos)
Patógenos apresentam baixa evolução de parasitismo e baixa especificidade e alta agressividade. Normalmente são fungos e bactérias que podem atuar como parasitas acidentais ou facultativos e que ocasionam doenças pós-colheita, podridões em sementes, frutos, tubérculos, podridões moles em hortaliças, etc). Apresentam grande importância do ponto de vista de comercialização, consumo e plantio.
Exemplos: Aspergillus spp causando podridão de sementes, Penicillium digitatum causando bolor verde dos citrus, Rhizopus stolonifer causando podridão mole dos frutos e Erwinia carotovora causando podridão mole de hortaliças.
Como medidas de manejos para fitomoléstias desse grupo temos: cuidado no manuseio (colheita, transporte e armazenamento), evitar danos ocasionados por insetos ou por ferimentos, descarte de material infectado, desisfestação de depósitos e vasilhames e armazenagem e transporte em baixas temperaturas e umidade.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Bolor verde dos citros
Nome comum da doença:
Bolor-verde (veja vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=gYI4J7ERseQ)
Agente causal Penicillium digitatum Sacc.
Biologia do patógeno
Penicillium digitatum Conidióforos curtos, septados, ramificando-se na parte terminal, formando fialides sobre as quais são produzidos os conídios elípticos, ovóides ou globóides, fialosporos, hialinos a brilhantemente coloridos, em cadeia bassípeta.
Importância da doença
Doença pós-colheita de frutos de maior importância econômica. Ocorre basicamente nas etapas de colheita, transportes e mais especificamente na fase de armazenamento. Também pode ocorrer em pomares na fase final de maturação dos frutos. Os frutos de todas as variedades e cultivares são suscetíveis.
Sintomatologia
Sintomatologia
Mancha circular de aspecto encharcado com ligeira descoloração da superfície do fruto, que evolui para podridão mole, que torna-se coberta com um crescimento branco. Esporos coloridos são formados no centro das lesões, sendo que P. digitatum caracteriza-se por apresentar coloração verde-olivácea. Sintoma morfológico: podridão
Ciclo da doença e epidemiologia
O fungo Penicillium digitatum sobrevive saprofiticamente em pomares e outros ambientes, sobre vários tipos de substratos orgânicos, na forma de conídios. As infecções originam-se de conídios carregados pelo vento que atingem a superfície dos frutos, onde penetram geralmente por ferimentos. P. digitatum geralmente é incapaz de infectar frutos adjacentes sem ferimentos. O fungo desenvolve melhor em temperaturas entre 20 e 25°C e muito lentamente em temperaturas acima de 30°C e abaixo de 10°C.
Práticas de manejo-
Práticas de manejo-
Manusear cuidadosamente os frutos durante as operações de colheita e transporte, visando evitar os ferimentos, que se constituem na principal via de penetração dos patógenos nos frutos. - Desinfestação preventiva de materiais e instalações com produtos à base de cloro e/ou amônia quaternária. - Adotar práticas sanitárias visando a eliminar frutos infectados e outras fontes de inóculo nos pomares bem como em veículos, equipamentos, materiais de colheita e transporte, packinghouses e armazéns. - Implantar um sistema de exaustão em packinghouses, devido à abundância de esporos dos patógenos neste local. - Efetuar o controle da temperatura e da umidade relativa do ar nas áreas de armazenamento.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Bactéria vira biofábrica de matéria-prima para plástico
Uma equipe de cientistas coreanos alterou geneticamente a bactéria Escherichia coli (E. coli) transformando-a de um agente infeccioso em uma “fábrica biológica” de um composto químico usado pelas indústrias farmacêutica e química e que custa cerca de US$1.600,00 a tonelada. O composto químico é a putrescina, uma diamina com quatro carbonos, que é utilizada para sintetizar, entre outros, o nylon-4,6, um plástico de largo uso industrial. A indústria consome cerca de 10.000 toneladas de putrescina por ano, com tendência de crescimento.
Hoje a putrescina é produzida a partir do petróleo, exigindo catalisadores de alto custo, em um processo tóxico e altamente inflamável. A equipe do professor Sang Yup Lee, do instituto de pesquisas KAIST, conseguiu produzir a putrescina por uma via biotecnológica, utilizando apenas materiais renováveis. “Pela primeira vez nós desenvolvemos uma cepa de E. coli com um metabolismo alterado que produz putrescina com alta eficiência”, diz o pesquisador. “O desenvolvimento de uma biorrefinaria para compostos químicos é muito importante em um mundo onde a dependência dos combustíveis fósseis é uma preocupação crescente”. Leia mais Fonte: Site Inovação Tecnológica
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Sintomatologia parte I
Sintomatologia é a parte da Fitopatologia que estuda os sintomas e sinais, visando a diagnose de doenças de plantas.
*Assista vídeo em: http://www.youtube.com/watch?v=T-gER1mrRoA
Sintoma é qualquer manifestação das reações da planta a um agente nocivo.
Sinais são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente.
Quadro sintomatológico: seqüência completa dos sintomas que ocorrem durante o desenvolvimento de uma doença.
Os sintomas podem ser classificados conforme:
•a localização em relação ao patógeno,
•as alterações produzidas no hospedeiro e
•a estrutura e/ou processos afetados.
Conforme a localização dos sintomas em relação ao patógeno:
•sintomas primários, resultantes da ação direta do patógeno sobre os tecidos do órgão afetado (Ex.: manchas foliares e podridões de frutos).
sintomas secundários ou reflexos, exibidos pela planta em órgãos distantes do local de ação do patógeno (Ex.: subdesenvolvimento da planta e murchas vasculares).
•sintomas habituais- a doença pode provocar alterações no hábito de crescimento da planta, como superbrotamento, nanismo, esverdeamento das flores e escurecimento dos vasos.
•sintomas lesionais- os sintomas caracterizam-se por lesões na planta ou em um de seus órgãos, como manchas necróticas, podridões e secas de ponteiro, sendo denominados.
Sintomas histológicos:
Quando as alterações ocorrem em nível celular: granulose, plasmólise, vacuolose,
Quando as alterações ocorrem em nível celular: granulose, plasmólise, vacuolose,
Sintomas fisiológicos:
Utilização direta de nutrientes do patógeno: todos os patógenos, por serem heterotróficos, são incapazes de sintetizar seu próprio alimento, necessitando de carbohidratos e proteínas do hospedeiro para seu desenvolvimento. Ex.: Em centeio, a produção de grãos é inversamente proporcional à produção de esclerócios de Claviceps purpurea, agente do esporão
Aumento na respiração do hospedeiro: todo o processo infeccioso nos tecidos do hospedeiro gera na área lesionada um aumento na taxa de respiração das células atacadas e adjacentes. Ex.: plantas de trigo atacadas por Ustilago tritici, agente do carvão, apresentam um aumento de 20% na taxa de respiração em relação a plantas sadias
•Alteração na transpiração do hospedeiro: conforme o estádio de colonização pelo patógeno, o hospedeiro pode apresentar aumento ou redução na taxa de transpiração. Ex.: plantas de bananeira e tomateiro, quando infectadas por Fusarium oxysporum, agente de murchas vasculares, exibem nos primeiros dias do ataque um aumento na taxa de transpiração e, mais tarde, quando a murcha está avançada, ocorre uma baixa taxa de respiração e inibição do sistema de transpiração.
• Interferência nos processos de síntese: a interferência pode se processar diretamente, como na maior parte das doenças foliares, em que ocorre a destruição da superfície da folha pela ação direta do patógeno, ou indiretamente, uma vez que os processos são sempre acompanhados de interferência nas vias metabólicas do hospedeiro. Essas interferências podem se manifestar como distúrbios que resultam do acúmulo ou falta de hidrato de carbono, aminoácidos, sais minerais, hormônios, enzimas ou até mesmo no balanço energético da planta. Ex.: em tomateiro atacado por Ralstonia solanacearum, ocorre a descoloração vascular (resultado do acúmulo de melanina) e a produção de raízes adventícias (excessiva produção de auxinas sob o estímulo da bactéria
Assinar:
Postagens (Atom)