segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alunos UFC Cariri em aula na Embrapa Agroindústria Tropical

Alunos do curso de Agronomia da UFC Campus no Cariri, estiveram no dia 15 de outubro participando de aula prática na EMBRAPA Agroindústria Tropical em Fortaleza. Na oportunidade mantiveram contato com os pesquisadores que estão conduzindo experimentos no sistema de cultivo protegido, principalmente na parte de doenças de plantas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ASPECTOS QUALITATIVOS E FITOPATOLÓGICOS DE FRUTOS DE MAMÃO COMERCIALIZADOS NOS MERCADOS PÚBLICOS DE JUAZEIRO DO NORTE, CRATO E BARBALHA


Jaqueline Saraiva de Lira¹; Joaquim Torres Filho²
¹ Aluna do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri:e-mail:jaquelynejack@hotmail.com

² Orientador: Professor Adjunto do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri: joaquim.torres@ufc.br

Resumo

O presente trabalho foi realizado nos mercados públicos das cidades de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, observados em um período de 60 dias nos meses de Maio e Junho, através de visitas semanais. O objetivo do presente trabalho foi realizar levantamentos para observar os aspectos qualitativos e fitopatológicos dos frutos de mamão encontrados em diferentes épocas e locais nestes mercados. Por ocasião das inspeções, foram feitos registros através de fotos digitais e procurou-se também obter informações no tocante ao processo de comercialização. Observou-se na pesquisa que de 40 barracas analisadas, 35 apresentavam frutos de má qualidade, equivalente a um índice de 87,5%. Dentro dessa porcentagem, 75% eram devido a ocorrência de fitomoléstias e os outros 25% às péssimas condições de manuseio, que inevitavelmente causam injúrias e danos aos frutos. Pode-se concluir que a rentabilidade está ligada a qualidade dos frutos (ausência de injúrias, danos e fitomoléstias), que requer cuidados para uma melhor comercialização e satisfação do consumidor.
Palavras-chave: Fruticultura; Qualidade; Fitopatologia.

Introdução

O mamão é originado do continente americano, típico de regiões tropicais e subtropicais, onde o Brasil se destaca como maior produtor do mundo sendo cultivado em todos os estados brasileiros. No Brasil são conhecidas mais de 57 variedades de mamão, nas quais estão incluídos mamão papaia, formosa, mamão-da-baía, mamão-macho, mamão-da-índia entre outros.

Dentre as muitas funções que o mamão apresenta na saúde humana, também se enfatiza seu grande foco na economia. O mamão, como outras frutas é bastante comercializado em feiras, supermercados entre outros, por suas qualidades já citadas aqui. Nestas feiras observa-se o manuseio de tais frutos e sua consequente aceitação pelo consumidor. Embasado nisto e nas visitas práticas realizadas, adquiriu-se um maior conhecimento sobre as condições nas quais os frutos estão mantidos durante o processo de comercialização. Nestas feiras foram vistas as péssimas qualidades dos frutos oferecidos ao consumidor e o despreparo dos comerciantes, no tocante às boas práticas sanitárias e ao conhecimento da origem dos produtos comercializados.

Tendo em vista a qualidade dos frutos para a alimentação humana, além de sua importância econômica, foram realizadas visitas aos mercados públicos com o intuito de se avaliar a qualidade dos frutos comercializados.

Segundo (STAKMAN e HARRAR, 1957), a “Doença de planta é uma desordem fisiológica ou anormalidade estrutural deletéria à planta ou para alguma de suas partes ou produtos, ou que reduza seu valor econômico”.

As doenças de plantas são importantes para o homem devido a causarem danos às plantas e seus produtos, bem como por influenciarem direta ou indiretamente na rentabilidade do empreendimento agrícola. As perdas pós-colheita do mamão podem ter causas diversas, dentre as quais se destacam as doenças que reduzem a quantidade e a qualidade dos produtos vegetais causando perdas econômicas, podendo levar a custos inaceitáveis de controle. (MICHEREFF, [s.d]).

Além destes fatores, os frutos são influenciados pela fertilização e estão sujeitos a perdas pós-colheita por patógenos, que podem se manifestar nos frutos isoladamente ou em conjunto com os fatores abióticos, proporcionando perdas qualitativas nas diferentes fases de comercialização.

Com vistas na produção e no mercado para atender as exigências dos consumidores os produtores procuram superar fatores que agridem os frutos como fungos, bactérias, vírus e nematóides, além de pragas. A presença desses seres indesejáveis traz uma série de alterações em toda morfologia da planta, principalmente nos frutos como: manchas, necrose, podridões, deformações e queda de flores e folhas, redução no vigor e baixa produtividade. Dentre esses, a cultura do mamão apresenta outro fator limitante no que diz respeito ao uso de produtos químicos, ou seja, existem poucos produtos reconhecidos pelo ministério da agricultura, além de ser uma cultura bastante sensível à exposição de defensivos recomendados (TODA FRUTA, 2008).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade dos frutos do mamoeiro e aspectos fitopatológicos de possíveis doenças de pós-colheita, nos mercados públicos das cidades em epígrafe, levando em consideração os termos de qualidade, a forma como são manuseados e a rentabilidade fornecida devido a tais condições. Com base nos resultados dos questionários aplicados, informações importantes foram colhidas para subsidiar a análise do atual contexto de comercialização.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido nas feiras do município do Crato, Barbalha e Juazeiro do Norte, integrantes da Região Metropolitana do Cariri, que surgiu da conurbação entre esses municípios denominado Crajubar, localizado no Estado do Ceará, nos meses de maio e junto de 2010. Com uma população correspondente a 560.325 hab (IBGE, 2009), a região tem como área de influência o sul do Ceará, onde se encontram diversos comerciantes, os quais têm no mercado a principal fonte de renda familiar.

Nos mercados públicos têm-se grande diversidade de frutos típicos, oriundos de vários locais da região, principalmente dos estados de Pernambuco, Bahia e de áreas locais cultivadas por pequenos produtores.

Durante a execução do trabalho, foram realizados registros das principais doenças e anomalias que depreciam a qualidade do fruto, através de fotografias digitais e questionários, os quais forneceram dados da origem dos frutos (mamão), a quantidade fornecida aos comerciantes, e a rentabilidade, seguindo o diagnóstico das doenças e registros de injúrias e danos. Os questionários foram analisados utilizando-se estatística descritiva com comentários sobre os vários fatos observados durante as visitas de inspeções. Com as informações adquiridas, foi possível fazer um levantamento das doenças e da qualidade dos frutos analisados nos meses de Maio e Junho, através de visitas semanais.

Resultados e Discussão

Observou-se que das 40 barracas investigadas, 35 apresentavam frutos de má qualidade, equivalente a um índice de 87,5%. Dentro dessa porcentagem 75% são devido a doenças de pós-colheita, dentre as quais podemos citar: a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), varíola (Asperisporium caricae) e mancha anelar ou mosaico do mamoeiro (Papaya ringspot vírus, PRSV), sendo esta última predominante. Estas doenças comprometem o aspecto qualitativo dos frutos no tocante a apresentação para comercialização, muito embora não comprometa os frutos para consumo. Os outros 25% dos frutos que não apresentaram doenças, apresentaram danos e/ou injúrias mecânicas devido ao péssimo manuseio, mostrando-se machucados, aumentando por fim o índice de má qualidade.

Uma das dificuldades levantadas foi quanto ao desconhecimento da origem dos frutos comercializados por parte dos comerciantes, fato este que contribui para o desconhecimento de possíveis áreas produtoras. Muitos feirantes são pequenos agricultores e dispõe de seus cultivos para sua própria comercialização.

Segundo Shitarra (1994) as características de qualidade dos frutos são resultantes da relação de fatores genéticos (cultivares e porta-enxerto), climáticos (temperatura, chuva, luz e vento), estádio de maturação e tratamentos pós-colheita (fatores ambientais, métodos de manuseio entre a colheita e o consumo). Com isso é interessante conhecer todo o processo que vem desde a colheita até a sua comercialização, interagindo para determinar as características finais da qualidade dos frutos que serão comercializados.

Foi questionado o processo de comercialização, verificando-se que 20% dos comerciantes não estavam satisfeitos com a rentabilidade voltada ao seu trabalho, alegando que sairiam da atividade por outras oportunidades vigentes, que oferecessem um salário fixo, pois no mercado onde trabalham a renda é aleatória, considerada incerta.


Conclusões

Conclui-se que 87,5% das barracas inspecionadas apresentavam frutos com má qualidade, o que se chama comumente de frutos de “segunda”. Bem como, 75% dos frutos com má qualidade são devido a doenças de pós-colheita, sendo que a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), quanto mais o fruto atingia o estágio de maturação ela ficava mais severa, seguida da varíola (Asperisporium caricae) e mancha anelar ou mosaico do mamoeiro (Papaya ringspot vírus, PRSV), sendo a última predominante, ocorrendo com maior freqüência.

Mas, 25% dos frutos comercializados apresentavam injúrias e danos em face dos processos de colheita, transporte e armazenamento.

Os resultados obtidos mostram que a qualidade dos frutos comercializados nos mercados públicos fica a dever, pois frutos com injúrias e doenças, não conseguem bons preços na comercialização. É importante haver incentivo por parte dos órgãos governamentais no que diz respeito a instrução dos feirantes, para que haja uma melhoria nas suas atividades e mantendo as feiras livres, pois elas contribuem consideravelmente para o efetivo desenvolvimento local e regional.

 Referências Bibliográficas

BERGAMIN FILHO, A.KIMATH, H. Doenças do mamoeiro Carica papaya L. In: GALLI, F. BERGAMIN, A.F (Coord). Manual de Fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1980.

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CHITARRA, M.I.F., CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE, 1994. 289p

MARTINS, D. dos S. Situação atual da Produção Integrada de Mamão no Brasil. In: MARTINS, D dos S. (ed). Papaya Brasil: Qualidade do Mamão para o Mercado Interno. Vitória, ES: Incaper, 2003. p.253-265.

MICHEREFF, Sami J. Fitopatologia I.Conceito e Importância das Doenças de Plantas. Disponível em: . Acesso em 05 ago.2010.

PROJETO FRUTAS DO CEARÁ. Disponível em:. Acesso em 23/06/2010.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ocorrência do nematóide Meloidogyne mayaguensis na cultura da goiabeira e medidas de manejo fitossanitário

Ocorrência do nematóide Meloidogyne mayaguensis na cultura da goiabeira e medidas de manejo fitossanitário


foto créditos: Iapar
Joaquim Torres Filho [1], Erlan Weine L Teixeira ²,



1] Professor adjunto do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri. joaquim.torres@ufc.br

[2] Aluno do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri.– e-mail: weine-x@hotmail.com



Resumo

Meloidogyne mayaguensis, é um fator limitante na produção de goiabas. As perdas devidas ao ataque de nematóides na agricultura mundial são estimadas em aproximadamente US$ 80 bilhões/ano. Assinalado pela primeira vez em Petrolina-Pe, esse fitonematóide espalhou-se por quase todo o Brasil, inclusive no Estado do Ceará, através de mudas oriundas do estado de Pernambuco. Em visita de inspeção técnica realizada no mês de junho de 2009 ao assentamento Estrela no município de Barbalha, detectou-se grave infestação do nematóide Meloidogyne mayaguensis na cultura da goiabeira. O presente trabalho tem por objetivo fazer o registro de novos focos desta fitomoléstia e contribuir para o esclarecimento das medidas de manejo integrado que devem ser implementadas para evitar prejuízos maiores aos agricultores, além de contribuir com estudo da epidemiologia desse patógeno e alertar agricultores sobre o risco que representa na aquisição de mudas infectadas com M. mayaguensis
Palavras-chave: goiabeira; nematóide; Meloidogyne; manejo.




Introdução

Uma característica do cultivo da goiabeira no Brasil é que a exploração se dá em sua grande maioria por agricultores familiares em pequenas áreas de até 3 há.. Isto demonstra que essa cultura, como a maioria das culturas frutiferas, é uma boa alternativa para os pequenos proprietários, contribuindo de sobremaneira para valorizar o trabalho dos agricultores familiares (GOMES, 2007). A produção dessa fruta se concentra nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte e Parana (PEREIRA et al., 1983).

As perdas devidas ao ataque de nematóides na agricultura mundial são estimadas em aproximadamente US$ 80 bilhões/ano. A quantificação de perdas no Brasil não e precisa devido principalmente às interações com danos provocados por pragas e outras doenças, condições climáticas adversas, presença de plantas invasoras e inadequação de tratos culturais (RITZINGER e FANCELLI, 2006).

Meloidogyne mayaguensis foi assinalado pela primeira vez no Brasil em Petrolina (PE), Curaçá e Maniçoba (BA), causando danos severos em plantios comerciais de goiabeira (CARNEIRO, 2001). (Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Nematologia, p. 22, 2003). Em seguida, este patógeno foi assinalado em vários estados: Rio de Janeiro (LIMA et al., 2003), de São Paulo (ALMEIDA et al., 2006; TORRES et al., 2005), do Rio Grande do Norte (Torres et al., 2004), do Ceara (TORRES et al., 2005), do Espirito Santo (LIMA et al., 2007), do Paraná (CARNEIRO et al., 2006), do Mato Grosso (Soares et al., 2007), do Mato Grosso do Sul (Asmus et al., 2007), de Santa Catarina (Gomes et al., 2008), do Rio Grande do Sul (GOMES et al., 2008).

É uma espécie polífaga, de alta virulência, com potencial de multiplicação superior a M. incognita (Kofoid & White) Chitwood em cultivares suscetíveis de tomateiro, sendo capaz de vencer a resistência da cultivar Rossol de tomateiro portadora do gene Mi, e também de batata-doce. incognita, M. javanica (Treub) Chitwood e M. arenaria (Neal) Chitwood (CARNEIRO et al., 2001). Um dos maiores problemas fitossanitários que afeta a goiabeira é causado pelo nematóide das galhas, Meloidogyne spp., que é um fator limitante a produção de goiaba em países da América do Sul (EL BORAI; DUCAN, 2005). No Brasil, CARNEIRO et al (2001) descreveram corretamente como Meloidogyne mayaguensis RAMMAH & HIRSCHMANN (1988) como o agente causal da meloidoginose da goiabeira. No Espírito Santo LIMA et al, (2007), fizeram o primeiro registro da ocorrência desse patógeno em pomares comerciais no município de Pedro Canário.

Em visita de inspeção técnica realizada no mês de junho de 2009 ao assentamento Estrela no município de Barbalha, detectou-se grave infestação do nematóide Meloidogyne mayaguensis na cultura da goiabeira. O presente trabalho tem por objetivo fazer o registro de novos focos desta fitomoléstia e contribuir para o esclarecimento das medidas de manejo integrado que devem ser implementadas para evitar prejuízos maiores aos agricultores, além de contribuir com estudo da epidemiologia desse patógeno e alertar agricultores sobre o risco que representa na aquisição de mudas infectadas com M. mayaguensis.



Material e Métodos

A constatação desta fitonematose se deu no município de Barbalha na região metropolitana do Cariri no Assentamento Estrela por ocasião de uma visita técnica demandada pelo serviço de Extensão rural. A metodologia constou de exame do quadro sintomatológico nas folhas e nas raízes e coleta de raízes para análise laboratorial. Em campo foram observados os sintomas apresentados, como é o caso do bronzeamento das bordas foliares e/ou amarelecimento total da parte aérea, além da presença de desfolha e da coloração acinzentada do tronco ou ramos principais. As observações e coletas de material foram realizadas em caminhamento aleatório com retirada de amostras de solo e raízes da rizosfera da goiabeira as quais foram encaminhadas para análise laboratorial. No campo foi feito exame visual nas raízes para observação da presença de galhas.

Resultados e Discussão

A análise baseada no quadro sintomatológico e nas raízes com galhas com ovos e larvas do nematóide confirmou a presença do nematóide M. mayaguensis na região. Segundo informações do sistema de extensão rural do Estado do Ceará – Ematerce -, as mudas que originaram o plantio já foram adquiridas de Petrolina contaminadas e o problema encontra-se generalizado na região. Essa argumentação é reforçada por Torres et al. (2007), que citam que a expansão das áreas contaminadas no nordeste está relacionada com o plantio de mudas contaminadas provenientes do município de Petrolina-PE.

Essa é uma situação preocupante, pois a grande maioria dos plantios é realizada através de financiamento – PRONAF – levando a uma grande inadimplência dos agricultores em virtude da queda da produção verificada. TORRES et al. (2007) citam que uma das formas de evitar a disseminação do patógeno seria a conscientização dos produtores quanto à necessidade de aquisição de mudas certificadas e envio de amostras de solo e de tecido vegetal para laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, quando da instalação de pomares ou do surgimento de sintomas de causa desconhecida. Essa seria uma medida que de pronto já poderia ser aplicada pelas instituições financeiras no caso de novos contratos de financiamentos.

Uma ação mais eficaz dos órgãos de fiscalização federal e estadual seria a instalação de barreiras fitossanitárias com o objetivo de aplicar as leis e cobrar documentação necessária ao trânsito de materiais de goiabeira oriundos de outros estados e dentro do próprio estado.

No tocante a sintomatologia, foram observados na parte aérea: bronzeamento,amarelecimento,

queima dos bordos e queda das folhas. Nas raízes a presença de galhas e em alguns casos em estágio avançado o apodrecimento com sintomas reflexos na parte aérea de queda das folhas e declínio generalizado da planta.

Tendo em vista o problema identificado a opção de erradicação do plantio, que proporciona redução em até 80% da população do nematóide, com a queima das raízes, seguido de alqueive e pousio do solo, com arações e gradagens seguido do plantio de plantas antagonistas como Crotalaria ou mucuna em consórcio com o milho, contribui para reduzir substancialmente a população de nematóides do solo, além de fornecer renda extra com a produção de milho. A mucuna-preta tem apresentado resultados promissores no controle de Meloidogyne spp e, quando utilizada em sistemas de rotação de culturas pode ter efeito nematicida (Carvalho e Amabille, 2006).

É importante mencionar que a área afetada deve ser de todo isolada para evitar maior disseminação do nematóide. Para novos plantios, ao adquirir as mudas, observar se o produtor de mudas é certificado e enviar amostra para inspeção em laboratório. Evitar o plantio em áreas já cultivadas com a cultura da goiabeira. Melhorar o manejo da cultura com a utilização de compostagem agregada de uma boa adubação química proporciona resultados excelentes no controle de nematóide das galhas. Gomes et al. (2008) conduziram experimentos em pomares de goiabeira ‘Paluma’ com um e sete anos de idade infestados com M. mayaguensis com aplicação de esterco de curral, bagaço de cana adicionado de torta de filtro, adubação mineral e resíduo de abatedouro avícola. Os autores observaram que o composto residual de abatedouro avícola e o esterco bovino apresentaram potencial para o manejo de M. mayaguensis.



Conclusões

Em visita técnica por solicitação da Ematerce regional Cariri, constatou-se no assentamento Estrela no município de Barbalha a presença de plantas de goiaba apresentando quadro sintomatológico de fitonematose causada por M. mayaguensis.

Com base nas observações de campo e de laboratório, constata-se que o quadro do cultivo de goiabeira na região do Cariri se encontra ameaçado com a incidência dessa fitonematose. Medidas de manejo para essa doença passam necessariamente pela erradicação total de pomares contaminados, com a aplicação de práticas de alqueive e pousio do solo, com arações e gradagens e plantio consorciado de Crotalaria, mucuna ou cravo de defunto com a cultura do milho, esta última com o intuito de proporcionar uma renda para o agricultor.

Por outro lado, a agência de defesa agropecuária do estado do Ceará deve implementar reforço nas barreiras fitossanitárias para controle de materiais oriundos de outros estados e que possam aumentar ainda mais a disseminação do nematóide.



Agradecimentos

Os autores agradecem ao apoio dos técnicos do escritório da Ematerce de Barbalha e dos agricultores do assentamento Estrela.



Referências Bibliográficas



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