segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Agrotóxicos: Utilização (in)correta
Vivemos em uma sociedade que a cada dia que passa, torna-se mais exigente no que diz respeito a utilização de alimentos saudáveis. Consequentemente, pelo fato de o consumidor encontrar-se na ponta da cadeia final, ele passa a demandar por tais produtos.
Alimentos livres de resíduos de agrotóxicos constituem o grande sonho de todos. Já é possível encontrar produtors orgânicos certificados, livres de agroquímicos, porém não estão acessíveis a grande parte da população.
De acordo com notícia postada no “UOL notícia ciência e saúde” (http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/12/07/anvisa-constata-uso-de-agrotoxicos-inadequados-em-diversos-alimentos.jhtm)  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados alimentos. O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.
Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.
A pergunta que se faz é: Qual a saída para evitar situações como esta?
1.      Educação – É necessário uma ampla e constante campanha de educação do homem do campo no que diz respeito a utilização correta de agroquímicos, inclusive com a participação de toda família do agricultor;
2.      Assistência técnica – O atual modelo de extensão rural no país não trabalha o conceito de agricultura agroecológica, onde a sustentabilidade econômica, ambiental e social preconiza uma agricultura com produção de alimentos saudáveis; Necessário se faz que esta mesma assistência técnica e extensão rural trabalhem a utilização correta dos agroquímicos;
3.      Capacitação – A capacitação contínua do homem do campo e de sua família deve ter prioridade em programas de governo voltados para a produção agrícola;
4.      Manejo Integrado de Pragas e doenças – Se constitui em uma técnica que permite o monitoramento e o controle preventivo de pragas e doenças dentro do limiar do dano econômico com o emprego de uma série de medidas culturais, físicas, biológicas, genéticas, etc.
5.      Defesa sanitária – Ação mais efetiva e eficaz junto aos fabricantes, comerciantes e agricultores que utilizam agroquímicos no sentido de agir de modo preventivo para evitar utilização de produtos inadequados.
Grande parte dos problemas de acúmulo de resíduos de agroquímicos em frutas e verduras está diretamente relacionado aos seguintes fatores: a) aplicação de produto não indicado para aquela cultura; b) o não respeito ao período de carência; c) utilização do agroquímico sem utilização de medidas culturais como rotação de cultura, podas de limpeza, adubação, irrigação, etc. d) achar que o agroquímico elimina tudo, o que é um ledo engano.
Como consequências destes exageros temos plantas que adoecem pelo uso de agroquímicos, variedades cada vez mais suscetíveis aos patógenos, quebra de resistência, elevação de custos de produção, queda de produtividade e riscos ambientais e de saúde para o aplicador e o consumidor.
Igbedioh(1991), em seu estudo, relata que a exposição aos agrotóxicos por longo tempo em homens, plantas e animais tem efeitos nocivos e indesejáveis. Aponta como medidas para redução de riscos na sua utilização: a educação e treinamento dos agricultores, a regulação da propaganda, a limitação do uso de substâncias altamente tóxicas, o monitoramento da população mais exposta ao agrotóxico e a inspeção dosprodutos nas lojas de venda e no campo.
Igbedioh SO 1991. Effects of agricultural pesticides on humans, animal and higher plants in developing countries. Archives of Environmental Health 46(4):218-223.


domingo, 4 de dezembro de 2011

Resultados Fitopatologia II 2011.2

Nome                                                                    AP01          AP02         AP03      AP04     MÉDIA

1 314712 ABELARDO DE ANDRADE ARRAES NETO 4,1 6,0 5,0 7,5 5,7
2 308198 CICERO ANTONIO MARIANO DOS SANTOS 8,5 8,3 9,0 9,0 8,7
3 308210 EDER BARROS MOREIRA
2,0 6,6 6,0 7,5 5,5
4 308201 ERIDIANE DA SILVA MOURA
8,9 9,5 8,8 9,0 9,0
5 308199 FRANCISCA DAYANNE DE OLIVEIRA ALCANTARA 6,2 7,3 6,0 8,0 6,8
6 308212 JAQUELINE SARAIVA DE LIRA
5,8 5,3 7,5 8,0 6,6
7 308209 JARDEL ROBERTO DA SILVA
8,8 7,4 6,5 8,5 7,8
8 308186 JESSICA SOARES PEREIRA
7,5 8,8 9,6 8,0 8,4
9 308205 JOSÉ RICARDO FERREIRA LOPES
7,8 7,8 8,0 7,8 7,8
10 302918 JOSEFA DACIR PARENTE
8,4 7,8 7,0 8,5 7,9
11 308211 JOSEFA MARIA FRANCIELI DA SILVA 9,0 9,1 8,8 9,0 8,9
12 308191 MARIA JAYANE MOTA BEZERRA
6,5 9,1 7,2 7,8 7,6
13 308188 MATEUS MÜLLER DOS SANTOS
8,0 9,0 7,3 7,5 7,9
14 308208 PAULO HENRIQUE LEAL
5,0 3,5 5,5 7,5 5,3
15 308206 PAULO RICARDO ALVES DOS SANTOS 7,0 8,1 6,0 7,8 7,2
16 308180 POLYANA DA COSTA MATIAS
5,3 7,4 7,8 5,0 6,3
17 308213 RAFAEL CAVALCANTE NOVAIS TAVARES 6,0 7,4 7,0 8,0 7,1
18 308200 RENATA FERNANDES DE MATOS
8,0 9,7 8,5 9,0 8,8
19 308194 ROSENYA MICHELY CINTRA FILGUEIRAS 8,7 9,2 7,5 8,2 8,4
20 308195 TAMIRES COELHO MATIAS
8,5 8,2 8,3 7,8 8,2
21 308179 THAYSLAN RENATO ANCHIETA DE CARVALHO 6,7 7,2 4,8 7,5 6,5
22 308187 VANESSA OLIVEIRA TELES
7,5 9,1 9,0 8,0 8,4
23 302925 WECIO MAIA PINHEIRO
7,6 4,1 7,5 7,0 6,5

RODRIGO DIAS
8,0 8,2 8,2 8,5 8,2

RICARDO PATREZY
8,2 7,2 7,8 6,0 7,3

SOLANGE DOS SANTOS JUSTINO 8,5 7,8 6,0 7,8 7,5

sábado, 3 de dezembro de 2011

A resposta desta avaliação se limita tão somente a duas páginas do programa word.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Avaliação final


1. Imagine você elaborando um programa de Manejo Integrado para controle de uma fitovirose. Procurando reunir medidas pertencentes aos princípios gerais de exclusão, erradicação, proteção, imunização, terapia, evasão e regulação, que atuam nos componentes do triângulo da doença: planta, patógeno e ambiente.
Imagine um amplo programa de Manejo Integrado para o controle de geminivírus na cultura do tomateiro. Quais as medidas que você tomaria com base nos princípios gerais de controle de doenças de plantas? Cite as medidas, enquadrando-as dentro de cada princípio?

2. Que características do patógeno seriam levadas em consideração?

3. Elabore um programa de MID para a cultura do mamoeiro na região do cariri, citando as principais doenças e respectivos agentes patogênicos, relacionando as informações e táticas a serem utilizadas seguindo uma sequência lógica e racional. (Pode ser utilizado organograma para explicação)

4. Leia o artigo: Uso de agrotóxicos no Município de Cachoeiras de Macacu (RJ), e comente  os resultados a partir da página 6 (Uso de agrotóxicos), com uma análise crítica do ponto de vista de um consultor na área fitossanitária.
.
janemaia@globo.com
2Fundação Oswaldo Cruz.
Jane S. Maia Castro 1
Ulisses Confalonieri 2

Prazo final postagem: 20h 03/12/2011 

sábado, 29 de outubro de 2011

Clínica Fitossanitária e sua Importância para a Agricultura na Região do Cariri.



Rosenya Michely Cintra Filgueiras¹;Joaquim Torres Filho²

RESUMO – O presente trabalho teve por objetivo, relatar as primeiras ações do laboratório de Fitopatologia, componente da Clínica Fitossanitária da UFC no Campus do Cariri no período compreendido entre outubro de 2010 a julho de 2011, com a identificação das principais doenças submetidas à análise laboratorial.
. São descritos os objetivos da CF, formas de coleta e principais fitomoléstias identificadas até o presente momento. A CF tem como objetivo principal atender agricultores familiares, produtores rurais e técnicos na busca de soluções dos problemas relacionados à sanidade de plantas, bem como estreitar o elo entre as pesquisas desenvolvidas pela universidade com o serviço de assistência técnica e extensão rural e o produtor rural. As doenças diagnosticadas fazem parte de um banco de dados que será postado na internet como um herbário virtual. A Antracnose foi a doença que acometeu maior variedade de culturas e a cultura do feijão foi a que registrou maior número de doenças, apresentando seis das onze fitomoléstias diagnosticadas.

Palavras-chaves: Diagnóstico; Produtores; Fitomoléstias.

INTRODUÇÃO

No nordeste brasileiro, o Estado do Ceará vem ao longo dos últimos 12 anos, apresentando um crescente desenvolvimento na área do agronegócio, bem como na agricultura familiar. Neste particular, desponta a região do cariri como um pólo de grande potencial para ambos os segmentos agropecuários.
Apesar de se encontrar encravado na região do Semiárido nordestino, o Estado do Ceará apresenta algumas regiões onde o potencial para o desenvolvimento do agronegócio já se faz presente. Uma delas é a Região do Cariri. Esta região detém considerável potencial natural de recursos hídricos, minerais, hipsométricos e edafoclimáticos, que favorecem tanto a agricultura diversificada como agroindústrias nobres, a exploração de minérios de alto valor comercial e indústrias de aproveitamento de matérias-primas locais. Vale salientar que as condições edafoclimáticas da região são das mais favoráveis no Estado, tendo em vista a localização privilegiada, numa das áreas mais úmidas e férteis dos vales de pé-de-serra da Chapada do Araripe (BNB, 2001).
Partindo dessa observação e com a chegada da Universidade Federal do Ceará com o curso de Agronomia na Região do Cariri, o qual conta com dois professores doutores nas áreas de Fitopatologia e Entomologia, objetivou-se dar uma contribuição ao desenvolvimento da região com a implantação de uma clínica fitossanitária que possa atender aos agricultores familiares dos Municípios de Barbalha, Caririaçu, Crato,  Farias Brito, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha e Santana do Cariri no que diz respeito à análises de amostras vegetais com sintomas de doenças de plantas, visando a diagnose de doenças e a identificação de pragas que incidem em plantas de interesse econômico, para tanto,a CF conta com o apoio do BNB e da Petrobrás.
As plantas, principalmente as cultivadas pelo homem, são suscetíveis a diversas doenças, as quais podem reduzir a produtividade ou até mesmo dizimar espécies vegetais em determinada área. Tanto doenças bióticas, quanto doenças abióticas podem comprometer a produção e a produtividade, resultando em perdas significativas que culminam em graves prejuízos para produtores e consumidores (Agrios, 1997).
Um dos principais problemas encontrados atualmente pelos extensionistas é a dificuldade na diagnose de doenças de plantas ou até mesmo, em alguns casos, a dificuldade em distinguir uma deficiência nutricional ou fitotoxidez de uma doença. A diagnose correta de doenças pode auxiliar produtores e profissionais da área agrícola a evitar o erro e a conseqüente recomendação inadequada de medidas de controle, principalmente àquelas referentes à utilização de agroquímicos.
Uma alternativa para realizar o diagnóstico correto é procurar o auxílio de especialistas ou de Clínicas Fitossanitárias (CF). As CF, por sua vez, ao longo dos anos, podem reunir informações valiosas sobre as dúvidas de maior freqüência dos extensionistas, em relação à etiologia, sintomatologia ou hospedeiros de maior ocorrência, entre outras. Certamente, as CF possuem em seus arquivos dados de levantamento sobre as principais doenças de determinada região (Gomide, 1989; Pozza et al., 1999).
            O presente trabalho teve por objetivo, relatar as primeiras ações do laboratório de Fitopatologia, componente da Clínica Fitossanitária da UFC no Campus do Cariri no período compreendido entre outubro de 2010 a julho de 2011, com a identificação das principais doenças submetidas à análise laboratorial.

METODOLOGIA

A Clínica Fitossanitária atende os municípios da Região do Cariri. Os materiais para identificação de doenças podem ser enviados pelos órgãos de extensão rural ou defesa sanitária, ou até mesmo pelos próprios agricultores para o laboratório de Fitopatologia. As análises são realizadas gratuitamente para os agricultores familiares. Nesse caso, o material estudado foi em sua grande maioria disponibilizado por estudantes do Curso de Agronomia da UFC- Cariri e por produtores de feijão Caupi que tinham seu cultivo próximo das mediações da Universidade.
Os materiais foram enviados para o laboratório com sintomas de ataque de pragas e/ou doenças. Nos casos em que se fizer necessário, serão realizadas visitas ao campo, para observação do quadro sintomatológico in loco. Os materiais enviados à clínica vegetal são em geral, partes da planta apresentando sintomas da doença ou sinais de estrutura dos patógenos. A análise visual do quadro sintomatológico é feita tão logo o material seja submetido ao exame e todos os sintomas anotados em ficha própria, comparando esse quadro com o descrito na literatura disponível.
Sinais do fitopatógeno ou sintomas que porventura aparecerem, são submetidos à observação em estereoscópio, e depois preparadas lâminas para observação em microscópio ótico das estruturas reprodutivas do fitopatógeno e a consequente identificação do agente causal. Com base na diagnose, estabelecem-se recomendações de manejo integrado da doença ou da praga, o qual é comunicado ao interessado em um receituário agronômico, orientando-o sobre as medidas de controle a serem efetuadas. Caso haja necessidade faz-se isolamento do fitopatógeno e aplicam-se os postulados de Kock, para confirmação do agente causal da fitomoléstia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela abaixo apresenta as fitomoléstias diagnosticadas nos materiais submetidos à análise:

CULTURA
DOENÇA
ETIOLOGIA



FEIJÃO CAUPI
Mancha de cercospora
Cercospora cruenta
Mela ou murcha da teia micélia
Rhizoctonia solani
Sarna
Sphaceloma sp.
Ascochyta
Ascochyta phaseolorum
Carvão
Entyloma vignae, Protomycopsis phaseoli
Ferrugem
Uromyces vignae
BANANA
Antracnose
Colletotrichum sp
Sigatoka amarela
Mycosphaerella musicola
CAJU
Oídio
Oídio
Antracnose
Colletotrichum gloesoporioides.
MARACUJAZEIRO
Antracnose
Colletotrichum gloesoporioides.
CITRUS
Verrugose
Elsinoe fawcetti e E. australis
Podridão verde
Penicillium digitatum
Podridão azul
Penicillium italicum
ABACATE
Verrugose
Sphaceloma perseae
Antracnose
Colletotrichum gloeosporioides
MAMOEIRO
Antracnose
Colletotrichum gloeosporioides
Mancha anelar
Papaya ringspot virus, PRSV
MAMONA
Mofo Cinzento
Botritis ricini

Mancha de Alternaria
Alternaria ricini

CONCLUSÕES

Com a chegada da Clínica Fitossanitária, os agricultores familiares e as empresas de agronegócio, passam a contar com um serviço de diagnóstico de pragas e doenças, contribuindo deste modo para um melhor desempenho da agricultura nestes segmentos.
            As doenças identificadas são comuns na região, mas podem causar prejuízos em função de uma quadra invernosa irregular, bem como podem afetar a produção e produtividade das culturas.
            De um modo geral, as viroses apresentam um potencial de prejuízo bem significativo, principalmente para aquelas culturas da agricultura familiar, enquanto que aquelas causadas por fungos e bactérias ficam na dependência de uma variação de intensidade e severidade em função do ambiente.
            As doenças diagnosticadas são comuns e os prejuízos variam conforme a presença de cultivar suscetível, patógeno agressivo e ambiente favorável.

AGRADECIMENTOS:

Agradecemos à UFC/BNB/PETROBRAS que mediante parceria, tornou possível o surgimento da Clínica Fitossanitária na Região do Cariri, e a todos os alunos e agricultores que forneceram os dados necessários para a elaboração do presente trabalho.

BIBLIOGRAFIA

  • AGRIOS, G. N. Plant pathology. New York, Academic Press, 1997. 635 p.

  • BANCO DO NORDESTE, Documento referencial do pólo de desenvolvimento integrado Cariri cearense/Banco do Nordeste: Coordenação Francisco Mavignier Cavalcante França; Organização Ricardo Lima de Medeiros Marques - Fortaleza, 2001.

  • MARTINS, D. A.; BORSATO, L.C.; STADNICK, M.J. Três anos de clínica de doenças de plantas na UFSC. Revista eletrônica de extensão. Disponível em: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/viewFile/5484/4917 Acesso em 25.07.2009.


  • POZZA, E. A.; SOUZA, P. E.; CASTRO, H. A; POZZA, A. A. A. Freqüência da ocorrência de doenças de plantas na região de Lavras-MG. Ciência e Agrotecnologia, v. 23, n. 4, p. 1002-1006, 1999.

  • GOMIDE, A. F. Levantamento de doenças bacterianas em hortaliças na região do cinturão verde de Belo Horizonte. 1989. 89 p. Dissertação (Mestrado em Fitossanidade) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.