quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fitopatologia: da teoria a prática, experiências e vivências.

Ensino, pesquisa e extensão, caracterizam o tripé básico da Universidade na formação profissional de cada um de nós. Um aspecto interessante é a questão do que é mito e do que é tabu, pois normalmente gosto de salientar para os que lidam com a ciência da Fitopatologia que não existe essa separação entre teoria e prática. A primeira é pré-requisito básico para a aplicação da segunda e consequentemente utilizar do que hoje se chama capital intelectual para buscar soluções para diminuir os prejuízos e danos ocasionados por agentes bióticos e abióticos.
Um dos pontos interessantes que todo profissional deveria aplicar é o de ouvir o agricultor e/ou produtor rural no tocante a ocorrência de uma fitomoléstia. é o que eu chamo de visão holística. Ressalto neste caso que o imediatismo no diagnóstico de qualquer fitomoléstia deve ser evitado a qualquer custo. Qual o segredo sobre o procedimento que deve ser adotado?
Primeiro: obter todas as informações possíveis dentro da visão holística para compreender melhor as relações de causa e efeito do processo do ciclo da doença. Vale salientar que no imediatismo de tentar diminuir possíveis prejuízos, os agricultores ficam com grande ansiedade em saber que produto químico deverá ser recomendado. Aí, o bom senso do profissional em conhecer melhor a relação causa-efeito aliado ao conhecimento que adquiriu na academia, contribui sobremodo para fazer uma recomendação adequada e racional dentro do princípio de que se deve tratar a planta e não a doença, concepção esta adotada pela agroecologia, mas que trabalha principalmente uma postura proativa de se antecipar aos fatos.
Um exemplo desta situação é a antracnose em maracujazeiro que na região da Ibiapaba no Estado do Ceará ocorre predominantemente em razão do sistema de cultivo da cultura que aproveita áreas antes cultivadas com tomateiro e as demandas nutricionais necessárias a uma boa produtividade do maracujazeiro sãoo relegadas a segundo plano sob alegativa de aproveitar resíduos de adubos da cultura do tomateiro. Pesquisas demonstraram o que a Fitopatologia na relação ambiente e doenças de plantas menciona, de que uma planta bem nutrida apresenta uma melhor condição do que aquela má nutrida. Neste caso da Ibiapaba, não é um produto químico que irá solucionar o problema, mas sim o tratamento da planta no que diz respeito aos aspectos de nutricionais.
Deve-se tratar a causa e não a consequência. No processo de diagnóstico não existe espaço para improvisações nem fórmulas prontas; cada caso é um caso!

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