Agrotóxicos: Utilização (in)correta
Vivemos
em uma sociedade que a cada dia que passa, torna-se mais exigente no que diz
respeito a utilização de alimentos saudáveis. Consequentemente, pelo fato de o
consumidor encontrar-se na ponta da cadeia final, ele passa a demandar por tais
produtos.
Alimentos
livres de resíduos de agrotóxicos constituem o grande sonho de todos. Já é
possível encontrar produtors orgânicos certificados, livres de agroquímicos,
porém não estão acessíveis a grande parte da população.
De acordo com notícia postada no “UOL notícia ciência e saúde” (http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/12/07/anvisa-constata-uso-de-agrotoxicos-inadequados-em-diversos-alimentos.jhtm)
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores
rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados
alimentos. O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de
amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram
identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e
57% das amostras com avaliação ruim.
Em uma
amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos
irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas
145 amostras analisadas.
A pergunta que se faz é: Qual a saída para evitar situações como
esta?
1.
Educação – É necessário
uma ampla e constante campanha de educação do homem do campo no que diz
respeito a utilização correta de agroquímicos, inclusive com a participação de
toda família do agricultor;
2.
Assistência
técnica –
O atual modelo de extensão rural no país não trabalha o conceito de agricultura
agroecológica, onde a sustentabilidade econômica, ambiental e social preconiza
uma agricultura com produção de alimentos saudáveis; Necessário se faz que esta
mesma assistência técnica e extensão rural trabalhem a utilização correta dos
agroquímicos;
3. Capacitação – A capacitação contínua do homem do campo e de sua família deve
ter prioridade em programas de governo voltados para a produção agrícola;
4. Manejo Integrado de Pragas e doenças – Se constitui
em uma técnica que permite o monitoramento e o controle preventivo de pragas e
doenças dentro do limiar do dano econômico com o emprego de uma série de medidas
culturais, físicas, biológicas, genéticas, etc.
5. Defesa sanitária – Ação mais efetiva e eficaz junto aos fabricantes, comerciantes e
agricultores que utilizam agroquímicos no sentido de agir de modo preventivo
para evitar utilização de produtos inadequados.
Grande parte dos problemas de acúmulo de resíduos de agroquímicos
em frutas e verduras está diretamente relacionado aos seguintes fatores: a)
aplicação de produto não indicado para aquela cultura; b) o não respeito ao
período de carência; c) utilização do agroquímico sem utilização de medidas
culturais como rotação de cultura, podas de limpeza, adubação, irrigação, etc. d)
achar que o agroquímico elimina tudo, o que é um ledo engano.
Como consequências destes exageros temos plantas que adoecem pelo
uso de agroquímicos, variedades cada vez mais suscetíveis aos patógenos, quebra
de resistência, elevação de custos de produção, queda de produtividade e riscos
ambientais e de saúde para o aplicador e o consumidor.
Igbedioh(1991),
em seu estudo, relata que a exposição aos agrotóxicos por longo tempo em
homens, plantas e animais tem efeitos nocivos e indesejáveis. Aponta como
medidas para redução de riscos na sua utilização: a educação e treinamento dos
agricultores, a regulação da propaganda, a limitação do uso de substâncias
altamente tóxicas, o monitoramento da população mais exposta ao agrotóxico e a
inspeção dosprodutos nas lojas de venda e no campo.
Igbedioh
SO 1991. Effects of agricultural pesticides on humans, animal and higher plants
in developing countries. Archives of Environmental Health 46(4):218-223.