A QUESTÃO DA UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
Este é um tema dos mais discutidos em que você pode facilmente identificar dois lados da moeda: quem é a favor e quem é contra. Sem querer discutir tal opção, é válido para o discente de Agronomia procurar ler e aprender sobre a utilização dos agroquímicos.
Transcrevo a matéria publicada no portal www. souagro.com.br e sugiro uma discussão coletiva para a aula do dia 30/05/2012.
Clima tropical pede o uso de
agroquímicos
Sem os
defensivos produção despencaria; tecnologia e manejo garantem alimentos sem
riscos
Lívia
Andrade
A notícia
de que o Brasil superou os EUA no consumo de agroquímicos – também chamados de
defensivos agrícolas ou agrotóxicos – tem sido recorrente na mídia. Os últimos
números revelam que o mercado brasileiro do produto movimentou US$ 7,3 bilhões
em 2010, uma fatia de 19% do consumo global atrás dos EUA que responde por 17%.
Mas você
sabe o que há por trás disso? Primeiro, há um crescimento significativo na
colheita de grãos no Brasil. Só para exemplificar, segundo dados da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja saltou de 15,4 milhões de
toneladas na safra 1980/1981 para 75,3 milhões de toneladas na safra 2010/2011.
Seguindo essa evolução, a demanda por defensivos também aumentou.
Mas você
deve estar se perguntando: “O Brasil não poderia produzir sem o uso desses
agroquímicos?”. Nos dias atuais seria impossível manter a produção de grãos no
mesmo patamar sem o uso dessa tecnologia. Isso porque o Brasil tem clima
tropical, marcado pelo calor e umidade, o que favorece a proliferação de
pragas: ervas daninhas, fungos, insetos, bactérias e vírus.
“Países
com o inverno mais frio acabam usando menos, porque as baixas temperaturas
funcionam como um dedetizador natural. Se não matam totalmente os insetos,
diminuem significativamente sua população”, diz José Djair Vendramim, professor
do departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq – Usp Piracicaba.
Quanto
aos métodos alternativos, sim, eles existem e estão sendo aprimorados. Um deles
é o controle biológico, que consiste da inserção, em uma determinada área, de
predadores naturais da praga que causa prejuízos econômicos àquela lavoura.
Outra opção são os defensivos naturais, produtos feitos a partir de extratos de
plantas, que têm efeito acaricida, fungicida, etc. Um bom exemplo é o óleo de
neen, uma árvore originária da Índia.
O produto
é um inseticida e tem atividade biológica sob 400 insetos. “Pode matar o inseto
diretamente ou inibir sua alimentação, comprometendo seu desenvolvimento”,
explica Vendramim. No entanto, o professor salienta: “Nesse momento, devido às
grandes áreas de produção comerciais, não teríamos matéria-prima suficiente
para combater as pragas só com o uso de defensivos naturais”. A
dificuldade é a matéria-prima.
“Esses
produtos são feitos a partir de plantas e você precisa de uma grande área
plantada para produzir em escala”, diz Vendramim. Não por acaso, os defensivos
naturais têm sido usados em culturas caracterizadas por áreas menores, como o
cultivo de hortaliças e legumes. A solução, segundo o professor, é o manejo
integrado, que associa produtos sintéticos, produtos naturais e controle
biológico ao uso de uma variedade resistente.
“O
problema é que as sementes resistentes, que vão reduzir o número de aplicações
de agroquímicos, acabam produzindo um pouco menos e os produtores olham para
isso e se esquecem de computar o quanto deixarão de gastar aplicando menos
defensivos”, diz Vendramim.
Polêmicas
Para quem é contra o uso de agroquímicos, o argumento mais usado são números do Ministério da Saúde, bem como dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de resíduos de defensivos nos alimentos.
“O que
faz o veneno é a dose não é o princípio ativo”, diz Eduardo Daher, diretor
executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). “É como tylenol: na
quantidade certa cura dor de cabeça, mas a superdosagem pode matar”, diz.
Além
disso, hoje a maioria das grandes fazendas hoje tem um fiscal só para garantir
que os trabalhadores usem os equipamentos de proteção individual (EPIs)
necessários para a aplicação do produto.
Treinamento
Indústria e Academia são unanimes em dizer que falta assistência técnica. “Precisamos de agrônomos extensionistas para levar os novos conhecimentos ao agricultor”, diz Vendramim. “As Casas de Agricultura não dão conta”, diz o professor. Para suprir esta lacuna deixada pelo governo, nos últimos cinco anos, a indústria investiu R$ 10,8 milhões em projetos de educação e treinamento de oito milhões de pessoas. O objetivo é produzir sempre mais e com mais segurança, contemplando assim produtores e consumidores.
Indústria e Academia são unanimes em dizer que falta assistência técnica. “Precisamos de agrônomos extensionistas para levar os novos conhecimentos ao agricultor”, diz Vendramim. “As Casas de Agricultura não dão conta”, diz o professor. Para suprir esta lacuna deixada pelo governo, nos últimos cinco anos, a indústria investiu R$ 10,8 milhões em projetos de educação e treinamento de oito milhões de pessoas. O objetivo é produzir sempre mais e com mais segurança, contemplando assim produtores e consumidores.
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