quarta-feira, 4 de março de 2009

Transmissão de vírus vegetais


Os vírus de plantas são transmitidos, na natureza, principalmente por meio de enxertia, insetos vetores e contato membrânico. Existem casos de transmissão pelo grão de pólen por fungos do solo, por nematóides e por ácaros, mas são raros. Entretanto, para fins de considerações que os vírus podem ser disseminados a longas distâncias por meio de sementes (Mosaico Comum do Feijoeiro), Mosaico da Alface, TWV em tomateiro e órgãos de propagação vegetativa (mosaico e raquitismo da cana-de-açúcar, enrolamento da batatinha, etc.)


A transmissão por enxertia é o método mais aplicável, exigindo que o vírus se torne sistêmico. Assim se transmitem, nas condições naturais, por exemplo, os vírus da Tristeza, Exocorte e Xiloporose do Citrus. Experimentalmente, vírus comum a duas espécies vegetais que não se enxertam podem ser transmitidos por enxerto de Cuscuta sp., fanerógamo parasita.


A transmissão mecânica, muito utilizada em estudos de inoculação artificial, é um método muito importante para vírus como o TWV e o Mosaico das Cucurbitáceas que pelo simples contato do lavrador com uma planta doente com uma sadia pode transmitir o vírus.


A transmissão de vírus vegetais por insetos vetores é o método mais comum na natureza. Dentre os insetos vetores os Afídeos constituem o grupo mais numeroso, sendo responsável pela transmissão de mais ou menos 90 vírus diferentes. Dentre os afídeos sabe-se que o Myzus persicae é transmissor de mais de 50 vírus diferentes.


Há determinados vírus que são transmitidos por vários insetos, como por exemplo o vírus do mosaico do pepino que é transmitido por algumas dezenas de insetos. Também existem vírus transmissíveis por apenas um inseto, como no caso do vírus da beterraba açucareira transmitida por Circulifer tenellus. Os trips se caracterizam por transmitir somente uma espécie de vírus de planta, como, por exemplo, no caso de Frankliniella paucispinosa que transmite somente o vírus do vira-cabeça.
A transmissão do vírus pelos insetos pode Ter um caráter persistentes ou não persistentes. Diz-se que o vírus é persistente quando, após um longo período mínimo de alimentação em plantas doentes, para aquisição e após um longo período de retenção no inseto, geralmente por toda a vida. Por exemplo, vírus do enrolamento das folhas da batatinha se multiplica com maior eficiência no inseto vetor Myzus persicae com maior período de alimentação; apresenta um período latente de 24 horas e, o pulgão guarda o vírus não persistentes são adquiridos pelo vetor num curto período de alimentação (10 horas no máximo) e são retidos por um período máximo de 24 horas. Por exemplo, o vírus do mosaico da beterraba é adquirido por Myzus persicae em 2 horas e é retido por apenas 3 horas.

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