terça-feira, 10 de março de 2009

Viróides



•"Viróides são agentes infecciosos consistindo de cadeias simples de RNA.

Viróides: Moléculas de RNA fita simples e circulares que infectam células de plantas. Não produzem proteínas.


•Eles são muito menores e muito mais simples que vírus.
•Viróides usam plantas superiores para reprodução, inserindo-se no núcleo, contudo, não transcrevem nenhuma proteína, roubando-as para formar seu capsídeo de um vírus helper


•Geralmente são transmitidos por sementes ou pólen.
•O mecanismo de fabrico dos viroides é dependente do hospedeiro que infectam. Plantas infectadas podem apresentar crescimento distorcido.
•Cerca de 33 espécies já foram identificadas.


•Até meados do Séc. XX, os vírus eram considerados os representantes mais simples da escala biológica;
•Descoberta dos viróides em 1970 (nova classe de móleculas auto-replicativas – agentes sub-virais);
•Os Viróides “precederam” o mundo atual baseado no DNA e proteínas, sendo considerados fósseis moleculares.

•A simplicidade dos vírions e o fato da molécula do RNA interagir diretamente com os fatores do hospedeiro colocam esse patógeno como modelo para o estudo de processos metabólicos.

•A taxonomia moderna dos viróides divide estes patógenos em duas famílias:
•Avsunviroidae;
•Pospiviroidae.
•Atualmente são aceitas 28 espécies e 8 possíveis novos viróides ainda não se encontram classificados;
•Os critérios para a discriminação das espécies de viróides consideram a similaridade de seqüência menor que 90%, que caracterizam viróides distintos.


•Segundo (Flores, 2005b), quando a similaridade de seqüência de nucleotídeos é superior a 90%, consideram-se variantes de um mesmo viróide.
•Pelo menos uma propriedade biológica diferencial deve ser considerada, como círculo de hospedeiros, modo de transmissão e o fenômeno de proteção cruzada.

PROPRIEDADES DOS VIRÓIDES


•Características gerais
•Os viróides constituem os menores e mais simples fitopatógenos conhecidos;
•Diener (1991), cita os viróides como parasitas moleculares no limiar da vida, pois consistem de uma molécula de RNA fita simples, circular com forte estrutura secundária e desprovidos de proteínas.
•O primeiro viróide (Potato splinde tuber viroid) PSTVd foi identificado e seqüenciado por Gross (1978).

•Viróide da exocorte dos citros (Citrus exocortis viroides, CEVd);
•Nanismo do crisântemo (Crysanthemum stunt viroid, CSVd);
•Do “cadang-cadang” do coqueiro (CCCVd).


Sintomas


•Os sintomas que são induzidos pelos viróides nas plantas hospedeiras são semelhantes aos dos fitovírus, fato este que dificulta o diagnóstico;
•Para uma série de fitomoléstias inicialmente consideradas de etiologia viral, comprovou-se posteriormente que o agente causal era um viróide e não vírus.

•Os sintomas foliares incluem malformações, epinastia,rugosidade e manchas necróticas e/ou cloróticas.
•Causam no caule de plantas lenhosas o encurtamento dos entrenós, descolorações, caneluras e necrose.
•Finalmente, nos frutos e órgãos de reserva causam deformações, descolorações e necrose (Hadidi et al., 2003).

Difusão


•A via principal de difusão de alguns viróides, sobretudo aqueles que afetam plantas lenhosas de interesse econômico, tem sido o intercâmbio internacional de material propagativo infectado.

Transmissão


•Os viróides são facilmente transmitidos mecanicamente, podendo raramente ser transmitidos por pólen e por sementes.
•A transmissão eficiente de viróides por afídeos somente foi relatada para o Tomato planta macho viroide (TPMVd).
•Os viróides também podem ser transmitidos por instrumentos de poda.

Replicação


•Os viróides se propagam nas plantas hospedeiras como populações de seqüências de RNAs similares mas não idênticas, derivadas de mutações devido à ausência de mecanismos de correção nas RNA polimerases.

Interação viróide/hospedeiro
•Como efeito da ausência de proteínas codificadas pelos viróides, parece evidente que estes aparentemente simples RNAs devam interagir com proteínas celulares utilizando-as para mediar diferentes passos no seu ciclo infeccioso

Movimento dos viróides na planta
•Apesar de seu tamanho mínimo, os viróides atuam visando completar seu ciclo infeccioso nas plantas hospedeiras, que além da replicação inclui movimento intracelular (núcleo, cloroplasto, célula-célula e floema).
•Diferentemente dos vírus, que codificam suas próprias proteínas de movimento, os viróides devem interagir com fatores do hospedeiro para que possam ser transportados por toda planta.


Base de consulta

EIRAS, M., DARÒS, J.A., FLORES, R. & KITAJIMA, E.W. Viróides e virusóides: relíquias do mundo de RNA.
Fitopatologia Brasileira 31:229-246. 2006.
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