segunda-feira, 1 de junho de 2009

Manejo cultural na prevenção de doenças de plantas


O manejo cultural é a manipulação das condições de pré-plantio e durante o desenvolvimento do hospedeiro em detrimento ao patógeno, objetivando a prevenção ou a intercepção da epidemia por outros meios que não sejam a resistência genética e o uso de pesticidas. O manejo cultural tem como objetivo reduzir o contato entre o hospedeiro suscetível e o patógeno de maneira a reduzir a taxa de infecção e o subseqüente progresso da doença.

Existem alguns princípios que norteiam a aplicação de técnicas de manejo cultural na prevenção e controle de fitomoléstias.
Os princípios que fundamentam o manejo cultural são:
a) supressão do aumento e/ou a destruição do inóculo existente;
b) escape das culturas ao ataque potencial do patógeno;
c) regulação do crescimento da planta direcionado a menor suscetibilidade

É importante mencionar, que em se tratando de manejo cultural, é deveras importante o conhecimento da biologia do patógeno, pois isto conduzirá ao entendimento de onde, como e por quanto tempo ele sobreviverá na ausência da planta hospedeira cultivada e de como pode ser racionalmente controlado.

Uma das práticas mais utilizadas no manejo cultural é a rotação de culturas, cujo efeito principal relaciona-se à fase de sobrevivência do patógeno. A rotação de culturas é o cultivo alternado de espécies vegetais diferentes no mesmo local e na mesma estação anual.
A par do conhecimento disponibilizado para os profissionais da área agronômica, e em particular para os extensionistas, o que se vê é que muitos agricultores não praticam a rotação de culturas e quando fazem, utilizam espécies vegetais da mesma família. Veja o caso de um agricultor que cultiva tomateiro e em seguida planta pimentão. Tal procedimento vai proporcionar uma situação que vai predispor as plantas do novo plantio ao ataque de patógenos, tendo em vista que muitas doenças do tomateiro também ocorrem no pimentão.

Algumas práticas culturais que podem ser adotadas:
uso de material propagativo sadio
• eliminação de plantas vivas doentes ("roguing")
• eliminação ou queima de restos de cultura
• inundação de campos e pomares
• incorporação de matéria orgânica no solo
• preparo do solo (aração)
• fertilização (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio)

. irrigação;
• densidade de plantio;
• épocas de plantio e colheita;
• enxertia e poda;
• barreiras físicas e meios óticos para controle de vírus.


•O uso destas técnicas isoladamente quase sempre é insuficiente para chegar a um controle adequado da doença. O uso de combinações destas técnicas, aliado ao emprego de outras formas de controle de doenças, como o controle químico e o controle genético, no entanto, é altamente eficiente e recomendável.
•Durante a rotação de culturas, os fitopatógenos são eliminados parcial ou completamente, enquanto que, sob monocultura, eles são estimulados e mantidos numa concentração de inóculo suficiente para a continuidade de seu ciclo biológico, podendo causar, eventualmente, severas epidemias
Existem alguns patógenos que não podem ser controlados somente através da rotação de culturas. Serve de exemplo o fungo Rhizoctonia solani, que é capaz de viver indefinidamente no solo, pois tem a característica de poder trocar de substrato saprofítico. Em vista disso, este parasita é considerado um habitante natural da maioria dos solos. Este patógeno é dificilmente controlado pela rotação, pois, potencialmente, qualquer espécie vegetal alternativa, integrante do sistema de rotação, pode servir de substrato. Todos os patógenos com habilidade de competição saprofítica são de difícil controle por esta prática cultural.





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