terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ciclo das relações patógeno - hospedeiro.

1. Virulência é a medida da patogenicidade. Três fatores concorrem para tal medida. Portanto ela é resultante de três forças componentes. Quais são essas forças?


2. No texto abaixo descrito, indique o que está errado e corrija-o: Em determinadas lesões de origem infecciosa a saprogênese e a patogênese podem ocorrer paralela e simultaneamente. A primeira nos bordos, nos limites entre os tecidos lesados e sadios, dando curso ao processo de expansão infecciosa, e a segunda na parte central, ocupada por tecidos já necrosados, em processo de decomposição.

3. No tocante a saprogênese responda: A saprogênese faz parte do ciclo dos patógenos que se comportam como parasitas obrigatórios?

4. Do ponto de vista da avaliação da severidade da doença, você acredita que os efeitos dos ciclos secundários tendem a uma expressão maior de grandeza em relação àqueles do ciclo primário? Explique e justifique.

5. Os ectoparasitas emitem para o interior do hospedeiro estruturas especiais de sugação ou exploração, ao tempo em que se desenvolve superficialmente. Fungos do gênero dos oídios emitem que estrutura? E os nematóides ectoparasitas?

6.Na colonização, o patógeno passa a nutrir-se do hospedeiro. Na exploração, que é o processo mais comum e que culmina com o desencadeamento de efeitos necróticos, o patógeno consome os tecidos do hospedeiro. E na modalidade de espoliação?

7. Quanto a modalidade de colonização segundo a localização, pode-se distinguir dois critérios: localizada e generalizada. Classifique os patógenos a seguir conforme a modalidade de colonização segundo a localização: Ralstonia solanacearum, Tobacco mosaic virus, Colletotrichium gloeosporioides e Alternaria solani.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Epidemiologia em questões

Vanderplank (1963) conceituou epidemiologia como “a ciência da doença em populações.” Por sua vez, Kranz (1974) disse que: “epidemiologia é o estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob influência do ambiente e a interferência humana”.


1. Fazer uma representação gráfica de uma epidemiologia em patossistema selvagem e outra de um patossistema agrícola.

2. “Uma doença infecciosa pode se manter unicamente por meio de contínuas reinfecções baseadas na cadeia de infecção. Por cadeia de infecção entende-se a transmissão contínua, seriada, de material infetivo de uma planta para outra” (Gäumann, 1950). Explique e forneça um exemplo prático.

3. Desenhe e explique o Diagrama esquemático proposto por Agrios (1997)  para um potossistema agrícola.


4. Explique o modelo analógico de Fergies para o patossistema temperado e compare com o patossistema tropical.

5. Duas condições básicas para o aparecimento de uma epidemia dependem do próprio hospedeiro, quais sejam: população numerosa e plantas suscetíveis. Com base nestas condições forneça um exemplo prático de como uma simples doença se transforma em uma epidemia.

6. Conceitue: a) uma epidemia explosiva; b) epidemia tardívaga; c) epidemia poliética.

7. Comparando algumas características epidemiológicas das regiões tropicais-subtropicais e temperadas, podemos dizer que no caso da primeira: a) o inóculo inicial é: ( ) alto; ( ) baixo; b) o período infeccioso e o número de esporos é: ( ) um pico; ( ) intermitente.

8. O que é um patossistema?

9. Explique o modelo analógico proposto por Fegies para epidemiologia em patossistema temperado.


10. Afirma-se que epidemia, refere-se a um aumento na incidência-severidade e/ou um aumento na área geográfica ocupada pela doença. Os termos incidência e severidade relacionam-se respectivamente a: a) extensão e intensidade; b) intensidade e extensão; c) nada disso.

11. Epidemia não é o oposto de endemia. Explique e justifique.

12. O que é um surto epidêmico. Exemplifique.

13. A epidemiologia possui uma face acadêmica e uma aplicada, porém a face aplicada tem sido ignorada por grande parte de fitopatologistas. Tudo leva crer que a falta de uma visão holística seja a razão maior dessa situação. Como uma visão holística contribuiria para melhorar a face aplicada da epidemiologia?

14. Qual a diferença de um fitopatossistema ou patossistema vegetal para um patossistema selvagem?

15. O que é doença de juros simples e doenças de juros compostos? Forneça exemplos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

DANOS, INJÚRIAS E DOENÇAS PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE MARACUJÁ COMERCIALIZADOS NO MERCADO PÚBLICO DE BARBALHA-CE





Rosenya Michely Cintra Filgueiras¹; Tamires Coelho Matias¹; Joaquim Torres Filho²


¹Aluna do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri: e-mail: rosenya_michelycf@hotmail.com

¹Aluna do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri: e-mail: tamires.coelho@hotmail.com

²Orientador: Professor adjunto do Curso de Agronomia do Campus da UFC no Cariri: joaquim.torres@ufc.br



RESUMO



O presente trabalho foi realizado através de visitas semanais ao mercado público da cidade de Barbalha, as quais ocorreram durante o período de Maio a Julho de 2010. Este teve por objetivo a realização de inspeção relacionada aos aspectos qualitativos do fruto do maracujá, bem como, a ocorrência de danos, injúrias e doenças. Registrou-se através de fotos digitais, danos, injúrias e doenças que ocorreram. Foram aplicados questionários aos comerciantes locais, com o intuito de saber a origem dos frutos, e a rentabilidade em função da comercialização. Observou-se na pesquisa que de 13 barracas analisadas 9 apresentavam frutos de má qualidade, equivalente a um índice de 69,23%. Dentro dessa porcentagem 68% estão relacionados a doenças de pós-colheita, as quais ocorrem basicamente nas etapas de colheita, transporte e mais especificamente na fase de armazenamento. Dentre as várias doenças identificadas em pós-colheita do maracujá-amarelo, a mais importante é a antracnose, causada por Colletotrichum gloeosporioides Pens. Observou-se também, porém, em menor quantidade a incidência de verrugose (Cladosporium herbarum) e bacteriose (Xanthomonas campestris pv. passiflorae). Os outros 32% são provenientes de danos (redução qualitativa ou quantitativa da produção, que pode ou não causar perdas) e injúrias (sintomas visíveis e/ou mensuráveis ocasionados por um agente biótico ou abiótico). Com base nas observações detectadas, conclui-se que melhorias nos processos de colheita, transporte, armazenamento e na exposição dos frutos sob condições adequadas de temperatura e na conscientização dos feirantes em relação aos cuidados no manuseio e armazenamento da fruta são essenciais para diminuir os prejuízos.



Palavras-chave: Perdas; Qualidade; Fitomoléstia.



INTRODUÇÃO



O maracujá é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies nativas do Brasil. Devido as suas propriedades terapêuticas, tem valor medicinal: as folhas e o suco contêm passiflorina, um sedativo natural e o chá preparado com as folhas têm efeito diurético. Possui valor ornamental, devido as suas belas flores. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores. É rico em vitamina C, cálcio e fósforo. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, tendo a área evoluída de 33.487 ha, em 1994, para 44.462 ha, em 1996. A produção em 2004 superou, em 20,1%, aquela observada em 1994. Considerando-se que a área aumentou apenas 9,2%, isso indica uma evolução industrial na produtividade. De fato a produtividade oscilou de 11,34 t/ha, em 1994, para 9,21 t/ha, em 1996, alcançando 13,47 t/ha, em 2002, e 13,44 t/ha em 2004.

A demanda crescente por alimentos saudáveis, produzidos sem agressões ao meio ambiente, valorizando a diversidade biológica e sem o uso de adubos químicos e agrotóxicos, é uma tendência que favorece a criação de novas oportunidades, principalmente aos pequenos produtores rurais. O sistema de cultivo orgânico do maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) vem sendo adotado por produtores de vários Estados, como São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro; há, entretanto, deficiência de informações científicas sobre o cultivo orgânico da cultura, pois elas enfocam, em sua maioria, informações sobre o cultivo orgânico em geral, de hortaliças e café (SILVA et al., 2005; TODA FRUTA, 2005).

Após a colheita, a suscetibilidade do maracujá às podridões é elevada, com ocorrência significativa de perda de massa fresca e fermentação da polpa. Sob condições normais de temperatura ambiente, pode ser conservado por sete a dez dias (ARJONA et al., 1992). O reduzido tempo de vida útil após a colheita, associado ao curto período de colheita, condiciona a oferta e os preços no mercado (CETEC, 1985).

A perecibilidade, característica dos produtos agrícolas in natura, é fator determinante nas estratégias mercadológicas, fator agravado pela problemática de estocagem, por ser a maior parte da produção de frutas no Brasil obtida por pequenos agricultores. A perecibilidade, no entanto, pode ser contornada dentro de certos limites, dependendo de acertos estratégicos entre agricultores e indústria. Assim sendo, a organização da cadeia produtiva, o aumento de produtividade e a busca por vantagens nos termos de troca relativos aos preços e aos custos são os procedimentos racionais para a otimização da renda.

A caracterização de danos pós-colheita visa a facilitar a tomada de decisão por parte do produtor, do atacadista e do varejista quanto à necessidade de investimento em medidas de prevenção, pois só é possível avaliar se a adoção de uma medida de controle será lucrativa ou não, após quantificar os danos causados por determinado patógeno (BARITELLE & GARDNER, 1984).

O objetivo desse trabalho foi avaliar danos, injúrias e doenças pós-colheita de frutos de maracujá que ocorrem no mercado público de Barbalha, levando em consideração a qualidade, a forma como são manuseados e a rentabilidade fornecida devido a tais condições. Com base nos resultados dos questionários aplicados, informações importantes foram colhidas para subsidiar a análise do atual contexto de comercialização.



MATERIAL E MÉTODOS



O trabalho foi conduzido durante o período de Maio a Julho de 2010 na feira livre do mercado público de Barbalha, Estado do Ceará. Situado ao lado sul da Chapada do Araripe, possui dois tipos principais de solos: latossolo e sedimentar. As principais elevações são as serras: Serra do Araripe. Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos, existem várias fontes de água espalhadas por toda a área da chapada. Localiza-se na Região Metropolitana do Cariri com área de 479.186 km2 e 53.011 habitantes (IBGE, 2009). A economia do mesmo tem sua base tradicional no comércio e na agricultura.

Durante a realização do trabalho, aplicou-se um questionário a 13 feirantes para avaliar possíveis injúrias, danos, doenças de pós-colheitas ocorrentes, bem como se procurou avaliar o contexto da comercialização diante de tais ocorrências. Os questionários foram analisados utilizando-se estatística descritiva além de comentários considerados relevantes, os quais foram incluídos para enriquecimento do trabalho.

Com as informações adquiridas, foi possível fazer um levantamento das doenças e da qualidade dos frutos analisados no período de Maio a Julho com visitas semanais. A escolha dos feirantes foi feita de modo aleatório.



RESULTADOS E DISCUSSÃO



Durante as visitas ao mercado público de Barbalha, constatou-se que não há um processo específico de classificação de frutos. Todos são colocados no mesmo local, sendo feita apenas uma separação periódica daqueles que não possuem mais qualidade alguma para consumo. Através da pesquisa verificou-se aparentemente, que parecia não ocorrer diferença concernente a qualidade dos frutos, o que leva a pensar ser um único fornecedor do produto para todos os feirantes, porém os dados coletados afirmam o contrário.

De acordo com as informações obtidas, observou-se que 93% dos feirantes conhecem a origem dos frutos que comercializam, sendo a maioria obtida principalmente dos estados de Pernambuco, Bahia e de áreas locais cultivadas por pequenos produtores (exemplo disto é o sítio Macaúba localizado no município de Barbalha).

Notou-se também que 69,23% das barracas analisadas, apresentavam frutos de má qualidade, incluindo-se aí: injúrias, danos e doenças, sendo que, dessa porcentagem, 68% são devido a doenças de pós-colheita, das quais podemos citar com maior frequência de ocorrência a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), que segundo SERRA & SILVA (2004) é a principal doença de frutos em pós-colheita, sendo considerada doença de elevada importância econômica no Nordeste do Brasil. Observou-se também, porém, em menor quantidade a incidência de verrugose (Cladosporium herbarum) e bacteriose (Xanthomonas campestris pv. passiflorae).

Essas doenças comprometem o aspecto qualitativo dos frutos no tocante a apresentação para comercialização, muito embora não comprometa os frutos para consumo. Sabe-se que, para uma boa aceitação pelos consumidores, os frutos devem estar túrgidos, com a casca amarela, lisa ou pouco enrugada, e com ausência de manchas e de defeitos que possam afetar a qualidade da polpa, tais como rachaduras, presença de fungos e sinais de ataque por insetos (CETEC, 1985). Os outros 32% dos frutos, apresentaram injúrias mecânicas devido ao péssimo manuseio, mostrando-se machucados, aumentando por fim o índice de má qualidade.



CONCLUSÕES



Pôde-se notar que os frutos comercializados são obtidos através de atravessadores e que poucas informações sobre a origem e manejo cultural podiam ser obtidas. A qualidade dos frutos comercializados fica a desejar face aos danos, injúrias e doenças, comprometendo assim a comercialização. A antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) foi a fitomoléstia mais observada com 74% de ocorrência, seguida da verrugose (Cladosporium herbarum) com 14% e a bacteriose (Xanthomonas campestris pv. passiflorae) com 12% de incidência.

Notou-se, também, que essa incidência não alterou tanto quanto imaginado a comercialização do maracujá, pois, alguns consumidores possuem o hábito de consumir frutos nessa situação. Caso ocorresse uma melhor classificação dos frutos para comercialização, isentos de danos, injúrias e doenças de pós-colheita, os rendimentos obtidos pelos feirantes seriam melhores.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ARJONA, H.E.; MATTA, F.B.; GARNER, J.O. Temperature and storage time affect quality of yellow passion fruit. HortScience, Alexandria, v.27, n.7, p.809-810, 1992.



BARITELLE, J.L.; GARDNER, P.D. Economic losses in the food and fiber system: from the perspective of an economist. In: MOLINE, H.E. (Ed.) Postharvest pathology of fruits and vegetables: postharvest losses in perishable crops. Davis: University of California Agricultural Experiment Station Bulletin, 1984. p.4-10.



BRASIL. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Comercialização do maracujazeiro. Disponível em: ; Acesso em: 12 Ago. 2010.



CETEC. Manual para fabricação de geléias. Belo Horizonte: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, 1985. 42 p. (Série Publicações Técnicas/SPT-015).



PORTAL SÃO FRANCISCO. Maracujá. A cultura do maracujá. Disponível em: . Acesso em: 11 Ago. 2010.



SERRA, I. M. R. de S.; SILVA, G. S. da. Caracterização Morfofisiológica de Isolados de Colletotrichum gloeosporioides Agentes de Antracnose em Frutíferas no Maranhão. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 30, n. 4, p. 475-480. 2004.



SILVA, T.T.; DELLA MODESTA, R.C.; PENHA, E.M.; MATTA, V.M.; CABRAL, L.M.C. Suco de maracujá orgânico processado por microfiltração. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.40, n.4, p.419-422, 2005.



TODA FRUTA. Agricultura orgânica com enfoque para a possibilidade do cultivo orgânico do maracujazeiro. Disponível em: . Acesso em: 14 Ago. 2010.



WIKIPÉDIA. Barbalha. Disponível em: . Acesso em: 09 Ago. 2010.