quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Manejo de doenças em sistema de cultivo protegido


Estudo dirigido grupo de 4 alunos data apresentação: 10/12/12
Um dos principais desafios quando se migra do sistema de cultivo tradicional para o protegido diz respeito a visão que se deve ter dos conceitos sobre “ciclo da doença” e “epidemiologia” das principais fitomoléstias que não são muito comuns no cultivo tradicional, mas ocorrem no sistema de cultivo protegido caso medidas preventivas de manejo x solo x água x planta não sejam adotadas.
Fitomoléstias que dificilmente ocorrem em condições de plantio a céu aberto no Estado do Ceará, mais precisamente na serra da Ibiapaba, como por exemplo a cladosporiose do tomateiro ( Cladosporium fulvum), passam a ser muito comum em plantios de tomateiro em cultivo protegido. A mancha de Cladosporium  ocorre principalmente sob condições de estufa, aonde a umidade é muito alta e a temperatura está na faixa de 21 a 25°C.
Para controlar a incidência desta fitomoléstia, normalmente o agricutor utiliza aplicações de agrotóxicos as vezes com sucesso, as vezes não, pois a pressão de seleção em ambiente protegido tende a ser bem maior. O problema é que a causa que estimula a incidência da doença se baseias nas condições de umidade alta e temperatura na faixa de   21 a 25°C, daí porque, o manejo ambiental no interior da estufa torna-se fator primordial no tocante a prevenção.
Chamo atenção também para o outro extremo, onde a umidade relativa poderia ser abaixo dos 60% e neste caso, a incidência do oídio Oidium lycopersici, poderia comprometer a produção. Sabe-se que o ambiente no interior da estufa soma muitos pontos positivos para a planta, tais como: maior produtividade, maior adensamento, melhor aproveitamento das condições de luz, água, CO2 entre outros, mas tudo isso ocorrendo em condições de equilíbrio no manejo solo x água x planta e com o controle das condições ambientais em função da cultura a ser explorada.
Isso posto, pergunta-se: Como manter um ambiente próximo do ótimo para a produção e evitar o ótimo para infecção de um determinado patógeno importante para a cultura?
Caso 1: Cultivo protegido de tomateiro em Santa Maria no Rio Grande do Sul
Durante o período de instalação do experimento de verão observou-se que a temperatura média foi de 30°C e umidade relativa de 70%. Durante o cultivo de inverno a temperatura foi um pouco menor, com média de 20,5°C, e a umidade relativa apresentou média de 80%. Estas condições propiciaram a ocorrência de patógenos como Fusarium spp., Erwinia spp. e Alternaria spp. no verão e Cladosporium fulvum, Phytophthora sp. E Sclerotinia sclerotiorum no inverno.
Perguntas:
1.      Como solucionar o caso de modo a adotar medidas preventivas?
2.      Caso o plantio fosse no Estado do Ceará, na serra da Ibiapaba em cultivo de verão e de inverno, essas doenças ocorreriam do mesmo modo que no RGS?
3.      Que medidas de manejo integrado de doenças devem ser adotadas na Ibiapaba para os plantios na estação chuvosa e na estação seca?
4.      E se o cultivo protegido fosse em túnel aberto no assentamento Estrela no município de Barbalha, essas mesmas doenças ocorreriam nos dois períodos? Caso contrário, quais as fitomoléstias que ocorreriam e quais as medidas de manejo integrado para prevení-las? 
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Primeira Avaliação Parcial Semestre 2012.2


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os produtores da Agricultura Familiar do Ceará estão ganhando apoio para produzir com maior qualidade




De baixo custo, com alta lucratividade e qualidade, sem uso de agrotóxicos. Uma técnica assim é um sonho para muitos produtores rurais. O melhor é saber que, hoje, isto já é uma realidade. Uma das técnicas utilizadas para obter esses resultados é a de cultivo protegido por meio de estufa ou telado. No Estado do Ceará, a cada ano, o uso da tecnologia se amplia em várias regiões, segundo a secretaria do Desenvolvimento Agrário. Os cultivos são diversos, mas, principalmente, ligados à agricultura familiar e ao setor de flores. Uma outra vantagem é que este cultivo possibilita a produção na entressafra, época em que a atividade agrícola é melhor remunerada.

As duas técnicas são parecidas, mas têm diferenças. A estufa é usada para proteger o plantio das chuvas. Já o telado é para proteção contra pragas. Outra diferença é que a estufa possui telas nas laterais e plásticos em cima e o telado tem tela em todos os lados.

A ação de produtores que utilizam este tipo de cultivo com hortaliças começou em 2002 na região da Ibiapaba, e em 2001, com plantios de flores e rosas. Em 2005 e 2006, um grupo de técnicos do Ceará foi para a Almeria, na Espanha, conhecer a tecnologia utilizada lá no cultivo protegido e fechar programação e custos do curso de capacitação dos técnicos cearenses. Quando voltaram, elaboraram um projeto de oito estruturas para a região da Ibiapaba. A ideia deu certo. A partir daí, foi feito um projeto piloto para melhorar a técnica que já vinha sendo praticada.

Uma equipe da Espanha também veio mostrar o trabalho feito lá com uma outra tecnologia, com apoio da Embrapa. Nesta, eram utilizadas sacolas plásticas com filtro de coco, usando solução nutritiva e fazendo a fertiirrigação dentro da estufa.

Surgiu aí o Projeto de Cultivo Protegido do Ceará, para possibilitar apoio, especialmente, aos pequenos produtores, diante da problemática da produção de hortaliças a céu aberto na Serra da Ibiapaba, em particular o tomate, além do uso de agrotóxicos, contaminando homem, ambiente e alimentos. O objetivo é ter cultivo com alta tecnologia, sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Segundo José Wanderley Guimarães, do Núcleo de Perímetros Irrigados da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), o Estado, a cada ano, está investindo mais no cultivo protegido. "A partir de 2010, vamos ampliar para várias regiões do Estado. Será uma área de 800 metros quadrados para estufa ou telado". Segundo ele, serão 40 projetos distribuídos pelo Cariri, serra úmidas, Ibiapaba, Centro-Sul.

O recurso para o Projeto de Cultivo Protegido será do Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf), que deverá investir R$ 1,4 milhão. No valor estão incluídos a recuperação de mata ciliar, sistema de irrigação, concretagem da estrutura e sistema de biocompostagem líquida (pega-se esterco de curral faz mistura com água e injeta na irrigação).

Reuniões estão sendo realizadas para aumentar as áreas atendidas pela técnica, como Aracati, Iguatu e Limoeiro do Norte. "Tem que se adaptar para as várias regiões do Estado, já que é uma estrutura nova no semiárido, para ser usada no cultivo de tomate, pimentão, cheiro verde, alface".

Para participar do projeto, é necessário, de acordo com ele, que o local tenha água em boa qualidade e quantidade suficiente e que o produtor tenha a Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP), esteja ligado a alguma associação e que esta não esteja inadimplente.

RESULTADOS
Maior lucro e produção sem uso de agrotóxicos

Fortaleza O uso de cultivo protegido, seja estufa ou telado, assegura um aumento na produtividade. De acordo com José Wanderley Augusto Guimarães, do Núcleo de Perímetros Irrigados da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), na produção de tomate, por exemplo, a produtividade é de 120 a 180 toneladas por hectare, quando em cultivo a céu aberto é de 40 a 50 toneladas no máximo. Nos dois casos são seis meses de produção.

Quanto à lucratividade, uma família que usa o cultivo protegido ganha cerca de R$ 1 mil por mês e, a que trabalha com produção a céu aberto, "se conseguir obter R$ 200,00 tira muito", comentou. Para ele, o cultivo protegido traz inúmeras vantagens, sem uso de agrotóxicos. "Trabalhamos os projetos com visão agroecológica para diminuir o uso de agrotóxico. A tendência é que este trabalho aumente cada vez mais, que os produtores de base familiar se organizem e possam sobreviver e ter rentabilidade maior".

PEQUENO PRODUTOR
Famílias são beneficiadas

 Ao todo, serão construídas 102 estruturas de cultivo protegido em todo o Ceará, beneficiando 102 famílias. Conforme José Wanderley, as estruturas serão mistas, outras só de telado e outras só de estufa. "Serão 80 voltadas para o plantio de agricultura familiar, sendo 30 mistas e 50 só telado e mais 22, somente estufa, para flores".

As mistas (estufas e telado) darão, ao todo, 538 metros quadrados; 10 telados dando 729m e 40 de 538 m. Para as flores, serão 9 estufas de 512m e 13 de 256m.

As estruturas são fabricadas com ferro galvanizado, sendo a estufa com plástico e telas e o telado só com malha. São vários tamanhos de sombreamento. Segundo explicou, o sombreamento de 30% evita a passagem do sol nesse percentual. Já na proporção de 50%, o sombreamento estará maior.

Conforme ele, a ideia é usar o projeto de cultivo protegido para organização dos produtos da Agricultura Familiar no meio rural. "Temos a expectativa de que os produtores possam vender para a merenda escolar e no mercado local. Com culturas diversificadas, como tomate, coentro, alface, vai ser mais fácil obter mais renda, até porque a produção não vai parar nem no período de chuva, já que a plantação é protegida".


Por Evelane Barros



MAIS INFORMAÇÕES 
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA)
Av. Bezerra de Menezes, 1820
(85) 3101.8002


Ceará aposta no cultivo protegido de tomate 
O cultivo protegido é uma das alternativas de maior viabilidade técnica e econômica para aumentar a produtividade de cultivos hortícolas e reduzir a aplicação de defensivos. Produtores de tomate da Serra da Ibiapaba, no Estado do Ceará, estão adotando essa tecnologia para aumentar a produtividade e a rentabilidade do cultivo de tomate. A ação é um dos resultados do projeto “Aperfeiçoamento tecnológico do cultivo protegido de tomate e pimentão no Estado do Ceará”, liderado pela Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com o Instituto Agropólos e a Universidade Federal do Ceará e financiado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB)/Fundeci. Segundo dados do Instituto Agropólos, a área total plantada na Serra da Ibiapaba chega a 500 hectares para o tomate e 400 hectares para o pimentão. Atualmente, 37 produtores da região já utilizam a técnica de cultivo protegido para o tomate e o pimentão, totalizando 38 hectares de tomate e sete hectares de pimentão. No tomate, a produção utilizando essa tecnologia é de 120 toneladas/ha.
Segundo o pesquisador Fábio Miranda, o cultivo protegido de hortaliças tornou possível controlar o ambiente de crescimento e de reprodução das plantas, além dos efeitos adversos do clima. “Essa técnica permite também obter colheitas fora da época normal, maior crescimento das plantas, precocidade de colheita, redução das perdas de nutrientes, melhoria da qualidade de produção e uma maior eficiência no controle de doenças”, diz.
Por outro lado, muitas doenças em cultivo protegido tendem a se tornar mais severas que em cultivo convencional, Além dos fatores climáticos, é preciso considerar o estado nutricional das plantas na estufa e a sua maior densidade, o que pode propiciar condições mais favoráveis aos patógenos e/ou predispor as plantas à infecção. De acordo com Fábio Miranda, esses fatores fazem com que seja necessário monitorar constantemente o ambiente interno, em especial nas horas mais frias e mais quentes do dia.
O experimento conduzido pela Embrapa utiliza o cultivo sem solo, com substrato de fibra de casca de coco verde. “No cultivo com substrato, a água é o fator mais importante da produção. A adequação de seu aporte às necessidades hídricas do cultivo tem como objetivo não permitir o estresse hídrico, nem um déficit de oxigenação por falta ou excesso de água”, explica Fábio Miranda.
O pesquisador conta que o estudo contempla também a identificação das principais pragas e doenças, suas épocas de ocorrência e graus de severidade em cultivos protegidos. A equipe de pesquisadores também está estudando os inimigos naturais, determinando os níveis naturais de controle, estabelecendo estratégias de controle integrado para manter as pragas e doenças abaixo dos níveis de dano econômico.
Os primeiros resultados são promissores. “Num comparativo entre o cultivo tradicional e o cultivo protegido, tivemos 33 pulverizações num período de 66 dias no primeiro, enquanto foram necessárias apenas duas pulverizações no cultivo protegido”, conta Fábio Miranda. Ele acrescenta que, nas duas colheitas efetuadas, 95% eram frutos de primeira qualidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ocorrência do Tombamento do Coentro em Sistema de Cultivo Mandala no Município de Porteiras-Ce



Ocorrência do Tombamento do Coentro em Sistema de Cultivo Mandala no Município de Porteiras-Ce
Jonas Gomes Inacio1, Joaquim Torres Filho2
1Aluno do Curso de Agronomia - UFC – Campus Cariri, Bolsista da FUNCAP. E-mail: jonaseafc@yahoo.com.br
2Orientador e Prof. Adjunto II do Curso de Agronomia - UFC- Campus Cariri. E-mail: joaquim.torres@ufc.br

Resumo: O coentro é uma espécie olerícola consumida em todas as regiões do Brasil, principalmente na região Nordeste. O presente trabalho tem por objetivo relatar a ocorrência do tombamento na cultura do coentro, cultivado no sistema de cultivo mandala em Porteiras-ce. Por ocasião de visita técnica a um plantio de hortaliças em sistema de cultivo mandala, verificou-se a ocorrência do tombamento de plântulas de coentro. Amostras com sintomas de damping-off foram coletadas e levadas para avaliação, em laboratório da UFC no Campus do Cariri. O problema fitossanitário mais frequentemente encontrado na cultura do coentro, na, esteve relacionado a podridões na base do caule e na raiz, sintoma característico do tombamento em coentro causado pelo fungo do gênero Pythium sp. Um dos problemas que contribuíram para o surgimento da propriedade estudada doença foi o fato da semeadura ter sido feita diretamente no solo. Para o manejo desta fitomoléstia, recomenda-se a alteração do espaçamento entre sulcos para de modo a proporcionar uma maior aeração, aplicação da calagem com utilização de adubação orgânica, redução do tempo de irrigação para 1h pela manhã e pela tarde, sempre nas horas com temperaturas mais amenas e usar sementes tratadas.

Palavras–chave: Doença, Hortaliça, Manejo, Fitopatologia

Introdução

O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma espécie olerícola consumida em todas as regiões do Brasil, principalmente na região Nordeste. Segundo Filgueira (2000), as folhas, com sabor e aroma muito ativos e peculiares, são incorporadas às receitas culinárias de peixes e as sopas portuguesas e em diversos pratos típicos do Nordeste do Brasil.
Mesmo sendo uma cultura de destaque comercial, têm sido poucos os estudos que visam melhorar as técnicas de produção dessa olerícola (Souza, 1981). O cultivo dessa hortaliça é normalmente realizado com o uso da irrigação; geralmente, é uma cultura explorada em pequenas áreas, sendo utilizada água proveniente de pequenas fontes (açudes pequenos, poços amazonas, poços naturais em leitos de rios, poços tubulares etc.).
Quando se fala em produzir hortaliças, a primeira grande preocupação diz respeito a incidência de doenças. As hortaliças são altamente sensíveis ao ataque de doenças, especialmente as de origem fúngica e bacteriana (Marouelli, 2008). O cultivo de hortaliças é uma atividade agrícola de grande risco, pois além da maior incidência de problemas fitossanitários, as plantas apresentam maior sensibilidade às condições climáticas, entre outros problemas (Filgueira, 2003).
De um modo geral, existe uma relação de causa e efeito no que diz respeito a irrigação e doença de plantas quando do cultivo de hortaliças, pois, caso o sistema e o tipo de irrigação não sejam adequados, a incidência de fitomoléstias, ocorre como conseqüência. Via de regra, as doenças da parte aérea são mais favorecidas pelos sistemas de irrigação por aspersão, especialmente em regime de alta freqüência (Marouelli, 2008).
A água utilizada na irrigação pode servir de veículo de disseminação de doenças. O escorrimento superficial da água de chuva ou irrigação em um campo infectado por bactérias patogênicas, por exemplo, pode contaminar fontes de água à jusante da área irrigada, principalmente aquelas superficiais, como tanques, represas, rios e riachos (Marouelli, 2008).
As fitomoléstias ocasionam grandes prejuízos econômicos e no tocante ao cultivo de hortaliças, as que possuem os fungos como agentes patogênicos, causam grandes preocupações pelas perdas que podem causar. Estima-se que 20% da produção mundial é anualmente perdidas em conseqüência de doenças fúngicas, cuja maioria dos agentes causais, cerca de 60%, são transmitidos por sementes (Feodorova, 1991).
O presente trabalho teve por objetivo relatar a ocorrência do tombamento na cultura do coentro cultivado no sistema de cultivo mandala em Porteiras-Ce, e a relação dessa doença com as práticas de manejo adotadas pelos agricultores.

Material e Métodos

Por ocasião de visita técnica a um plantio de hortaliças em sistema de cultivo mandala, verificou-se a ocorrência do tombamento de Plântulas de coentro e amostras foram coletadas e enviadas ao laboratório de Fitopatologia da UFC no Campus do Cariri. Foi realizado o registro fotográfico dos sintomas apresentados e feita à descrição da situação do problema observado em campo, visando auxiliar na identificação do organismo patogênico.
Dentre as espécies cultivadas no sistema de cultivo mandala, há um predomínio das hortaliças folhosas, com maior produção de coentro, seguido do alface (Lactuca sativa L.), couve (Brassica oleraceae var. Acephala L.) e salsa (Petroselinum crispum Mill.), hortaliças fruto, como pimentão (Capsicum annum) pimenta-decheiro (Capsicum baccatum L.) e hortaliças raiz como cenoura (Daucus carota).

Resultados e Discussão

O problema fitossanitário mais frequentemente encontrado na cultura do coentro na propriedade estudada, esteve relacionado a podridão na base do caule e na raiz, sintoma característico do tombamento em coentro causado por fungo do gênero Pythium sp, conforme resultado do exame fitopatológico laboratorial, o qual está de acordo com as observações de (Bedendo, 1995).
O tombamento é uma doença em que o patógeno infecta a semente durante a germinação, causando seu apodrecimento e desintegração, resultando em falhas de stand (tombamento em pré-emergência). Um dos problemas indicadores da ocorrência da doença foi o fato da semeadura ter sido feita diretamente no solo.
Observou-se no cultivo em sistema mandala que não ocorreu o processo de calagem antes do plantio e nem adubação orgânica. A ausência destes procedimentos induz a manutenção de um desequilíbrio biológico no solo, fato este que favorece amplamente a incidência de podridões de raiz. Além do mais, o sistema de irrigação não foi bem dimensionado, pois o turno de rega acima de 2h levava sempre ao encharcamento da área plantada, condição esta fundamental para estimular o ataque do patógeno. Outro detalhe é que a distância entre sulcos não obedecia a recomendação tradicional de 70 cm, aumentando assim a umidade do ambiente e diminuindo a aeração.
Para o manejo desta fitomoléstia, recomenda-se a alteração do espaçamento entre sulcos para o tamanho ideal, aplicação da calagem com utilização de adubação orgânica sessenta dias após a calagem. A realização da calagem é fundamental para correção do pH do solo e consequentemente para um melhor aproveitamento da adubação orgânica, a qual propiciará o retorno do equilíbrio biológico do solo, inclusive com o surgimento de microrganismos antagonicos ao agente patogênico do tombamento.
Outra medida diz respeito a redução do tempo de irrigação para 1h pela manhã e pela tarde, sempre nas horas com temperaturas mais amenas. Por sua vez o gerenciamento melhor do sistema de irrigação manterá umidade suficiente no solo para absorção pela planta e evitará o encharcamento que é benéfico para patógenos do solo.
Em novos plantios, recomenda-se: rotação de cultura, drenagem adequada, solarização de camas e sulcos, aplicação de microorganismos antagônicos (Trichoderma sp e outros).

Conclusões

 Realizar calagem e adubação orgânica conforme análise de solo;
 Irrigar nas horas de temperaturas mais amenas;
 Realizar para novos plantios a prática de rotação cultural;
 Utilizar sementes tratadas.

Literatura citada.

BEDENDO, I.P. Podridões de raiz e colo. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manua de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.829-837.
FEODOROVA, R.N. Situação da sanidade de sementes na União Soviética - URSS. Informativo ABATES, Londrina. v.1, n.3, p.35-36. 1991.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças, Viçosa: Editora da Universidade Federal de Viçosa, 2000.402p.
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2. ed. rev. amp. Viçosa: UFV. 2003. 412p.
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MAROUELLI, W.A. Controle da irrigação como estratégia na prevenção de doenças em hortaliças. A Lavoura. 2004. Disponível em: SOUZA, A.F. Coentro (Coriandrum sativum L.). Brasília: EMBRAPA-CNPHortaliças, 1981. 5p.

terça-feira, 13 de novembro de 2012



HERBÁRIO VIRTUAL
Amostra HV 01/2012

1.       Amostra: Colletotrichum gloeosporioides

2.       Cultura: Maracujá (Passiflora edulis f. Flavicarpa )

3.       Local de coleta: Feira Livre em Juazeiro do Norte – Ce.

4.       Sintomatologia:
A doença afeta todos os órgãos aéreos da planta. Nos frutos há a presença de grandes lesões arredondadas, de coloração escura, que evoluem para uma podridão mole e deprimida, provocando a sua queda (Almeida, 2010 apud Kimati et al., 2005). Já as folhas apresentam manchas pardo-escura de formato irregular e diâmetro superior a 1cm. Sob condições ambientais favoráveis surgem várias lesões no limbo foliar causando grande queda de folhas. Nos ramos e gavinhas afetados são produzidas manchas pardo-escuras que posteriormente se transformam em cancros, que dependendo da intensidade das lesões, pode ocorrer morte dos ponteiros e secamento parcial da planta (Almeida,2012 apud Goes, 1998).

5.      Etiologia:
            O agente da antracnose é o fungo Glomerella cingulata (Stoneman) Spaulding et Schrenk,, cuja fase anamórfica corresponde a Colletotrichum gloeosporioides. (Almeida, 2010)

6.      Controle:
O controle deve ser iniciado no campo através de práticas como podas de limpeza, remoção de restos culturais, uso de mudas sadias, manejo da irrigação e adubação equilibrada. Na pós-colheita, o manuseio adequado dos frutos evita ferimentos e, portanto reduz a incidência do patógeno (Almeida, 2010 apud Viana e Costa, 2003; Junqueira et al., 2003; Fischer et al., 2005; Kimati et al., 2005).

Bibliografia Consultada
ALMEIDA, L. P. M.; Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides Penz. & Sacc) incidente em maracujá (Passiflora edulis Sims). Disponível em:       . Acesso em: 2 novembro 2012.