terça-feira, 1 de outubro de 2013

Coleta, preparo e envio de materiais para análise fitopatológica

PROTOCOLO DE AULA PRÁTICA O2
Prof. Dr. Joaquim Torres
Fitopatologia I

COMO COLETAR, PREPARAR E ENVIAR MATERIAL PARA ANÁLISE
FITOPATOLÓGICA

Objetivos
a) Orientar as atividades de coleta de espécimes para exames no laboratório de Fitopatologia, tendo em vista a necessidade e a importância de se obter amostras representativas e resultados mais precisos.


Conceitos
n  Diagnose: reconhecimento e identificação de uma doença, mediante a interpretação dos sintomas e sinais.

n  A diagnose pode ser direta e indireta: Diagnose direta é baseada na identificação de sinais e a indireta é efetuada com o auxílio dos sintomas; O resultado da diagnose é chamado Diagnóstico.

§  SINTOMAS: manifestações das reações da planta a um agente nocivo
n  Ex: manchas necróticas, subdesenvolvimento;

n  SINAIS: são  as alterações apresentadas pelo hospedeiro em seus hábitos ou estruturas, ou seja, é a exteriorização da doença ;
n  Tarefas a serem realizadas no laboratório: identificação de sintomas, preparo de lâminas, teste de câmara úmida, isolamento e cultivo quando necessário e por fim a identificação;
n  A equipe para atender aos alunos através de agendamento é composta pelo professor da disciplina, pela técnica do laboratório, monitores e bolsistas.

n  Recomendações para coleta de material

Recomenda-se procedimentos para a preservação dos espécimes, retardando a ação  biológica, para dar condições de exame. Tais espécimes devem ser acompanhados de informações importantes (preenchimento de formulário apropriado), sendo que material completamente seco em estado de putrefação, e sem a informação necessária serão eliminados do processo de análise.

A – Plantas demonstrando murchamento, amerelecimento ou enfraquecimento geral.
1. Arrancar as plantas cuidadosamente (não puxá-las).
2. Enviar a planta inteira, incluindo as raízes, com torrão de terra em volta.
3. Enviar plantas que apresentem os primeiros sintomas da doença.
4. Enviar amostras do solo e pedaços de raízes em saco plástico, bem fechado para evitar perda de umidade.
5. Árvores grandes, coletar as raízes, grandes e pequenas, junto com torrão de solo, na área da
projeção da copa, cobrindo-as com plástico.

B – Cancros em ramos e troncos
1. Selecionar espécimes com infecções recentes.
2. Enviar uma parte inteira com o sintoma e, se possível, também uma parte localizada abaixo e  acima da parte infectada.
3. Ramos e galhos mortos há vários meses, não servem para identificações.

C – Manchas foliares
1.       Coletar amostras de folhas que mostram sintomas iniciais e adiantados de infecção.

D – Órgãos frágeis
1. Putrefações em frutas frágeis e vegetais necessitam atenção especial. Não enviar aquelas com avançado estado de decomposição.
2. Selecionar espécimes frescos que demonstrem os primeiros sintomas, colocá-los em saco
plástico, não adicionar água. Vegetais frágeis e frutas devem ser acondicionadas separadamente.
Guardar em lugar fresco, até o momento do despacho.
Obs.: É recomendado o uso de saco plástico devido a melhor conservação do material e para evitar derrames de secreções, etc.2

E – Acondicionamento e despacho
1. Embrulhar cada espécie em papel resistente. Colocar o endereço perfeitamente visível.
2. Folhas ou pequenas plantas podem ser envolvidas em folha de jornal ou mata borrão.
3. Não colocar o endereço e a ficha de identificação em contato com o material a ser analisado.
4. Enviar logo após a coleta. Se não for possível, guardar em geladeira até o momento da remessa.
5. Endereçar para laboratório fitopatológico.
6. Programar a chegada das amostras no laboratório, em dias úteis (segundas as sextas-feiras).

F – Informações que devem acompanhar o espécime
1. Preencher o mais detalhado possível a ficha para o envio do material para análise.
2. Colocar a ficha em lugar seguro junto ao pacote.

RECOMENDAÇÕES PARA COLETA DE MATERIAL PARA ANÁLISE DE
NEMATÓIDES
1. Caules e folhas devem ser envolvidos em algodão ou papel umedecido e colocados em sacos de  polietileno.
2. Raízes devem ser cuidadosamente arrancadas com blocos de terra e colocados em saco de
polietileno. Não arranque as plantas puxando-as com a mão, pois a maioria das radicelas será
perdida e, com ela um grande número de nematóides. Devem-se retirar amostras das áreas que  apresentam plantas com sintomas e daquelas onde se encontram plantas aparentemente sadias, em vários locais do campo de cultura. Quanto maior o número de amostras coletadas, maior a probabilidade de se avaliar as relações dos nematóides com as plantas.
3. Amostras de solo com trado oco, de poucos centímetros de diâmetro, sempre próximos à zona das raízes. Em se tratando de plantas anuais, as amostras são colhidas até 0,30 m de profundidade.
Amostras colhidas de solo com bom teor de umidade, embaladas em sacos de polietileno, podem conservar os nematóides em bom estado para exame, por cerca de 2 a 4 meses, quando mantidos em ambiente de 4 a 6 ºC.
4. No caso de interessar o levantamento de uma determinada área, coleta-se um grande número de pequenas amostras de vários locais do campo, acumulando-se de 10 a 20 quilos de terra, mistura-se 2 a 3 quilos para exame.
5. Amostras de solo seco, antes de serem examinadas, devem ser umedecidas e deixadas em
repouso por vários dias afim de que os nematóides reiniciem seus ciclos de vida.
6. Anote todos os dados importantes, tais como: localidade, data, coletor, sintomas, extensão,
distribuição, etc..
7. As amostras de qualquer natureza devem ser mantidas de tal forma que os nematóides nelas presentes não sofram excesso de aquecimento ou desidratação até a chegada ao laboratório.

PRÁTICA

Cada aluno deverá coletar no campo um material com sintomas de doenças de planta conforme os procedimentos explicitados acima e levar para o laboratório de Fitopatologia. Preencher a ficha de consulta com as informações, registrar com fotografia digital, identificar os sintomas e se preciso for, preparar lâmina para realizar a diagnose.
Apresentar relatório conforme as normas contendo: sintomas, etiologia, nome da doença e agente causal.

Entrega:  18.10.2013

Referências
·         Barnett, H.L. & Hunter, B.B Illustrated genera of imperfect fungi. Minneapolis, Minnesota, Burgess Publishing. 1972. 241p. il.
·         Bergamin Fo, A; Amorim, L; Kimati, H. Manual de Fitopatologia: princípios e conceitos v.1,2ed S.Paulo, Agronômica Ceres. 1995, 919p. Il.
·         Menezes, M. & Oliveira, S.M.A. Fungos fitopatogênicos. 1997. 106p.il



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