PROTOCOLO
DE AULA PRÁTICA O2
Prof. Dr.
Joaquim Torres
Fitopatologia
I
COMO COLETAR, PREPARAR E ENVIAR
MATERIAL PARA ANÁLISE
FITOPATOLÓGICA
Objetivos
a) Orientar as atividades de coleta de
espécimes para exames no laboratório de Fitopatologia, tendo em vista a
necessidade e a importância de se obter amostras representativas e resultados
mais precisos.
Conceitos
n Diagnose: reconhecimento e identificação de
uma doença, mediante a interpretação dos sintomas
e sinais.
n A diagnose
pode ser direta e indireta: Diagnose direta é baseada na identificação de
sinais e a indireta é efetuada com o auxílio dos sintomas; O resultado da diagnose
é chamado Diagnóstico.
§ SINTOMAS:
manifestações das reações da planta a um agente nocivo
n Ex: manchas necróticas, subdesenvolvimento;
n SINAIS: são
as alterações apresentadas pelo hospedeiro em seus hábitos ou
estruturas, ou seja, é a exteriorização da doença ;
n Tarefas a
serem realizadas no laboratório: identificação de sintomas, preparo de lâminas,
teste de câmara úmida, isolamento e cultivo quando necessário e por fim a
identificação;
n A equipe
para atender aos alunos através de agendamento é composta pelo professor da
disciplina, pela técnica do laboratório, monitores e bolsistas.
n
Recomendações
para coleta de material
Recomenda-se
procedimentos para a preservação dos espécimes, retardando a ação biológica, para dar condições de exame. Tais espécimes
devem ser acompanhados de informações importantes (preenchimento de formulário
apropriado), sendo que material completamente seco em estado de putrefação, e
sem a informação necessária serão eliminados do processo de análise.
A
– Plantas demonstrando murchamento, amerelecimento ou enfraquecimento geral.
1. Arrancar as plantas cuidadosamente
(não puxá-las).
2. Enviar a planta inteira, incluindo
as raízes, com torrão de terra em volta.
3. Enviar plantas que apresentem os
primeiros sintomas da doença.
4. Enviar amostras do solo e pedaços
de raízes em saco plástico, bem fechado para evitar perda de umidade.
5. Árvores grandes, coletar as raízes,
grandes e pequenas, junto com torrão de solo, na área da
projeção da copa, cobrindo-as com
plástico.
B
– Cancros em ramos e troncos
1. Selecionar espécimes com infecções
recentes.
2. Enviar uma parte inteira com o
sintoma e, se possível, também uma parte localizada abaixo e acima da parte infectada.
3. Ramos e galhos mortos há vários
meses, não servem para identificações.
C
– Manchas foliares
1.
Coletar amostras de folhas que mostram
sintomas iniciais e adiantados de infecção.
D
– Órgãos frágeis
1. Putrefações em frutas frágeis e
vegetais necessitam atenção especial. Não enviar aquelas com avançado estado de
decomposição.
2. Selecionar espécimes frescos que
demonstrem os primeiros sintomas, colocá-los em saco
plástico, não adicionar água. Vegetais
frágeis e frutas devem ser acondicionadas separadamente.
Guardar em lugar fresco, até o momento
do despacho.
Obs.: É recomendado o uso de saco
plástico devido a melhor conservação do material e para evitar derrames de
secreções, etc.2
E
– Acondicionamento e despacho
1. Embrulhar cada espécie em papel
resistente. Colocar o endereço perfeitamente visível.
2. Folhas ou pequenas plantas podem
ser envolvidas em folha de jornal ou mata borrão.
3. Não colocar o endereço e a ficha de
identificação em contato com o material a ser analisado.
4. Enviar logo após a coleta. Se não
for possível, guardar em geladeira até o momento da remessa.
5. Endereçar para laboratório
fitopatológico.
6. Programar a chegada das amostras no
laboratório, em dias úteis (segundas as sextas-feiras).
F
– Informações que devem acompanhar o espécime
1. Preencher o mais detalhado possível
a ficha para o envio do material para análise.
2. Colocar a ficha em lugar seguro
junto ao pacote.
RECOMENDAÇÕES
PARA COLETA DE MATERIAL PARA ANÁLISE DE
NEMATÓIDES
1. Caules
e folhas devem ser envolvidos em algodão ou papel umedecido e colocados em
sacos de polietileno.
2. Raízes
devem ser cuidadosamente arrancadas com blocos de terra e colocados em saco de
polietileno.
Não arranque as plantas puxando-as com a mão, pois a maioria das radicelas será
perdida e,
com ela um grande número de nematóides. Devem-se retirar amostras das áreas
que apresentam plantas com sintomas e
daquelas onde se encontram plantas aparentemente sadias, em vários locais do
campo de cultura. Quanto maior o número de amostras coletadas, maior a probabilidade
de se avaliar as relações dos nematóides com as plantas.
3.
Amostras de solo com trado oco, de poucos centímetros de diâmetro, sempre
próximos à zona das raízes. Em se tratando de plantas anuais, as amostras são
colhidas até 0,30 m de profundidade.
Amostras
colhidas de solo com bom teor de umidade, embaladas em sacos de polietileno,
podem conservar os nematóides em bom estado para exame, por cerca de 2 a 4
meses, quando mantidos em ambiente de 4 a 6 ºC.
4. No caso
de interessar o levantamento de uma determinada área, coleta-se um grande
número de pequenas amostras de vários locais do campo, acumulando-se de 10 a 20
quilos de terra, mistura-se 2 a 3 quilos para exame.
5.
Amostras de solo seco, antes de serem examinadas, devem ser umedecidas e
deixadas em
repouso
por vários dias afim de que os nematóides reiniciem seus ciclos de vida.
6. Anote
todos os dados importantes, tais como: localidade, data, coletor, sintomas,
extensão,
distribuição,
etc..
7. As
amostras de qualquer natureza devem ser mantidas de tal forma que os nematóides
nelas presentes não sofram excesso de aquecimento ou desidratação até a chegada
ao laboratório.
PRÁTICA
Cada aluno
deverá coletar no campo um material com sintomas de doenças de planta conforme
os procedimentos explicitados acima e levar para o laboratório de
Fitopatologia. Preencher a ficha de consulta com as informações, registrar com
fotografia digital, identificar os sintomas e se preciso for, preparar lâmina
para realizar a diagnose.
Apresentar
relatório conforme as normas contendo: sintomas, etiologia, nome da doença e
agente causal.
Referências
·
Barnett, H.L.
& Hunter, B.B Illustrated genera of imperfect
fungi. Minneapolis, Minnesota, Burgess Publishing. 1972. 241p. il.
·
Bergamin Fo, A; Amorim, L; Kimati,
H. Manual de Fitopatologia: princípios e
conceitos v.1,2ed S.Paulo,
Agronômica Ceres. 1995, 919p. Il.
·
Menezes, M. & Oliveira, S.M.A. Fungos fitopatogênicos. 1997. 106p.il
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