SINTOMATOLOGIA E
DIAGNOSE DE FITOMOLÉSTIAS
Entende-se por sintomatologia o estudo de sintomas de
doenças de plantas. Qualquer manifestação de reação da planta a um agente
nocivo é o que chamamos de sintoma. Por sua vez, sinal são as estruturas do
patógeno, quando exteriorizadas no tecido doente, tais como esporos de fungos,
micélios talos bacterianos, larvas e ovos de nematoides, cheiros emanados de
lesões, etc.
Qualquer alteração na forma ou anatomia dos órgãos da planta
decorrentes do ataque de um patógeno é o que se entende por sintomas
morfológicos, os quais podem ser necróticos ou plásticos.
No caso primeiro, ocorre degeneração do protoplasma, seguida
de morte das células, tecidos e órgãos. Estes sintomas necróticos dividem-se em
plesionecróticos – que ocorrem antes da morte do protoplasma – e holonecrótico,
que são sintomas necróticos que ocorrem após a morte do protoplasma.
Como sintomas necróticos plesionecróticos temos o
amarelecimento, a murcha e o encharcamento. No primeiro ocorre a destruição da
clorofila, enquanto o encharcamento, também conhecido como anasarca é muito
comum em doenças cujos agentes causais são bactérias.
A murcha pode ser de caráter permanente como no caso de Fusarium oxysporum f. sp cubense, ou temporária como no caso da hérnia das
crucíferas.
Sintomas primários normalmente resultam da ação direta do
patógeno nos órgãos do hospedeiro os quais exibem os sintomas, enquanto os
sintomas secundários ou reflexos são os que são exibidos pelo hospedeiro em
locais distante do ataque do patógeno.
Sintomas necróticos holonecróticos temos o cancro, o crestamento, também conhecido como
requeima como no caso da batata e do tomate cujo agente causal é Phytophthora infestans e na pinta preta
do tomateiro (Alternaria solani).
Outro sintoma necrótico holonecrótico muito comum é o
damping-off, principalmente quando ocorre em sementeiras cujos agentes causais
podem ser os fungos dos gêneros: Rhizoctonia,
Pythium e Phytophthora.
Escaldadura, estria, gomose, mancha, morte dos ponteiros
(também conhecida como “die-back”), mumificação, perfuração, podridão, pústula
(como no caso das ferrugens), resinose e seca, são outros sintomas necróticos
holonecróticos muito comuns.
Sintomas plásticos podem ser hipo ou hiperplásticos. No caso
do primeiro, consiste no subdesenvolvimento – redução ou supressão – na multiplicação
ou crescimento de células. São exemplos: falta congênita da produção de
clorofila – albinismo -. Esmaecimento do verde (falta da clorofila) – clorose -.
Falta de produção da clorofila/hiperplasia devido ao alongamento do caule –
estiolamento – nanismo ou enfezamento, muito comum em viroses do feijoeiro.
Seguem-se: mosaico, roseta (encurtamento de entrenós, brotos ou ramos).
Sintomas hiperplásticos
Mudança da cor da epiderme (bronzeamento) como na doença
conhecida por vira-cabeça do tomateiro; calo cicatricial; enação
(desenvolvimento de protuberâncias, similares a folhas rudimentares, sobre as
nervuras das folhas devido ao ataque de vírus); encrespamento ou
encarquilhamento; epinastia (curvatura para baixo da folha, parte dela ou do
ramo); fasciação; galha (hipertrofia e hiperplasia) ocasionada por nematoides do
gênero Meloidogyne ou por Agrobacterium tumefasciens;
superbrotamento (ramificação excessiva do caule, ramos ou brotações florais),
verrugose, virescência.
Diagnose
No quadro que compõe o estudo da diagnose de fitomoléstias,
é de fundamental importância o entendimento do quadro sintomatológico da doença
a ser identificada, bem como a observação sobre possíveis sinais do patógeno,
isto tudo aliado a um bom poder de observação, com informações que irão compor
a ficha de entrada do material na clínica vegetal, com informações
bibliográficas de referência e dos exames laboratoriais.
A diagnose pode ser realizada de forma indireta através da
observação dos sintomas ou diretamente, via exame laboratorial para constatar o
verdadeiro agente causal da fitomoléstia.
No caso do diagnóstico de fitomoléstias desconhecidas temos
que aplicar os postulados de Kock, constatando a interação entre patógeno e
planta hospedeira, para logo em seguida realizar o isolamento e cultivo do
agente causal com a posterior inoculação em hospedeiro idêntico, porém sadio.
Promove-se então com a exibição dos sintomas, o reisolamento do patógeno para a
comprovação final da patogenicidade.
Atividade de aprendizagem:
Identificação e descrição dos sintomas das fotos acima.
Equipe - 4 alunos
Data de apresentação: 11/10/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário