quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SINTOMATOLOGIA E DIAGNOSE DE FITOMOLÉSTIAS

Entende-se por sintomatologia o estudo de sintomas de doenças de plantas. Qualquer manifestação de reação da planta a um agente nocivo é o que chamamos de sintoma. Por sua vez, sinal são as estruturas do patógeno, quando exteriorizadas no tecido doente, tais como esporos de fungos, micélios talos bacterianos, larvas e ovos de nematoides, cheiros emanados de lesões, etc.

Qualquer alteração na forma ou anatomia dos órgãos da planta decorrentes do ataque de um patógeno é o que se entende por sintomas morfológicos, os quais podem ser necróticos ou plásticos.
No caso primeiro, ocorre degeneração do protoplasma, seguida de morte das células, tecidos e órgãos. Estes sintomas necróticos dividem-se em plesionecróticos – que ocorrem antes da morte do protoplasma – e holonecrótico, que são sintomas necróticos que ocorrem após a morte do protoplasma.

Como sintomas necróticos plesionecróticos temos o amarelecimento, a murcha e o encharcamento. No primeiro ocorre a destruição da clorofila, enquanto o encharcamento, também conhecido como anasarca é muito comum em doenças cujos agentes causais são bactérias.

A murcha pode ser de caráter permanente como no caso de Fusarium oxysporum f. sp cubense, ou temporária como no caso da hérnia das crucíferas.
Sintomas primários normalmente resultam da ação direta do patógeno nos órgãos do hospedeiro os quais exibem os sintomas, enquanto os sintomas secundários ou reflexos são os que são exibidos pelo hospedeiro em locais distante do ataque do patógeno.

Sintomas necróticos holonecróticos temos o cancro, o crestamento, também conhecido como requeima como no caso da batata e do tomate cujo agente causal é Phytophthora infestans e na pinta preta do tomateiro (Alternaria solani).
Outro sintoma necrótico holonecrótico muito comum é o damping-off, principalmente quando ocorre em sementeiras cujos agentes causais podem ser os fungos dos gêneros: Rhizoctonia, Pythium e Phytophthora.

Escaldadura, estria, gomose, mancha, morte dos ponteiros (também conhecida como “die-back”), mumificação, perfuração, podridão, pústula (como no caso das ferrugens), resinose e seca, são outros sintomas necróticos holonecróticos muito comuns.

Sintomas plásticos podem ser hipo ou hiperplásticos. No caso do primeiro, consiste no subdesenvolvimento – redução ou supressão – na multiplicação ou crescimento de células. São exemplos: falta congênita da produção de clorofila – albinismo -. Esmaecimento do verde (falta da clorofila) – clorose -. Falta de produção da clorofila/hiperplasia devido ao alongamento do caule – estiolamento – nanismo ou enfezamento, muito comum em viroses do feijoeiro. Seguem-se: mosaico, roseta (encurtamento de entrenós, brotos ou ramos).

Sintomas hiperplásticos

Mudança da cor da epiderme (bronzeamento) como na doença conhecida por vira-cabeça do tomateiro; calo cicatricial; enação (desenvolvimento de protuberâncias, similares a folhas rudimentares, sobre as nervuras das folhas devido ao ataque de vírus); encrespamento ou encarquilhamento; epinastia (curvatura para baixo da folha, parte dela ou do ramo); fasciação; galha (hipertrofia e hiperplasia) ocasionada por nematoides do gênero Meloidogyne ou por Agrobacterium tumefasciens; superbrotamento (ramificação excessiva do caule, ramos ou brotações florais), verrugose, virescência.

Diagnose

No quadro que compõe o estudo da diagnose de fitomoléstias, é de fundamental importância o entendimento do quadro sintomatológico da doença a ser identificada, bem como a observação sobre possíveis sinais do patógeno, isto tudo aliado a um bom poder de observação, com informações que irão compor a ficha de entrada do material na clínica vegetal, com informações bibliográficas de referência e dos exames laboratoriais.

A diagnose pode ser realizada de forma indireta através da observação dos sintomas ou diretamente, via exame laboratorial para constatar o verdadeiro agente causal da fitomoléstia.

No caso do diagnóstico de fitomoléstias desconhecidas temos que aplicar os postulados de Kock, constatando a interação entre patógeno e planta hospedeira, para logo em seguida realizar o isolamento e cultivo do agente causal com a posterior inoculação em hospedeiro idêntico, porém sadio. Promove-se então com a exibição dos sintomas, o reisolamento do patógeno para a comprovação final da patogenicidade.

Atividade de aprendizagem:

Identificação e descrição dos sintomas das fotos acima.

Equipe - 4 alunos

Data de apresentação: 11/10/2013

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